<p>A GNR silenciou uma rádio ilegal que "publicitava a realização de corridas ilegais em auto-estradas e dava conta das movimentações da Polícia". Os responsáveis rejeitam as acusações e dizem que "não passou de uma brincadeira".</p>
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A estória da "Mais Ouvida", uma rádio ilegal de Ponte de Lima que foi, anteontem, silenciada pelas autoridades, tem início há perto de quatro meses, na casa de um dos seus dois responsáveis.
Desde então, a partir da localidade de Rebordões Souto, no concelho, os animadores da improvisada emissora, Vítor, de 22 anos, e Paulino, de 31, efectuavam emissões nas noites de fim-de-semana, para um apreciável auditório. "Numa noite, chegámos a ter perto de 300 mensagens recebidas. Gostavam muito de nos ouvir", relatam, afiançando, em uníssono, que "não sabiam" que o que estavam a fazer era crime.
Dando cumprimento a cinco mandados de busca, realizados a quatro residências e a um estabelecimento comercial (tanto daquela localidade como de Refoios do Lima), a GNR apreendeu diverso material utilizado para a emissão de rádio e constituiu arguidos os dois indivíduos, que ficaram sujeitos a termo de identidade e residência. Em duas moradias, viriam a ser apreendidos dois emissores e igual número de computadores portáteis, além de uma mesa de mistura, microfones, amplificadores e antenas. De acordo com fonte da GNR, em causa está a alegada prática de emissão ilegal de radiodifusão, actividade que carece de licença, que os indivíduos não possuíam. Acrescente-se que, segundo as autoridades, a emissora "publicitava a realização de corridas ilegais" em auto-estradas que atravessam a região, como a A27 e o IC28, "bem como as movimentações da GNR no patrulhamento dessas vias, aquando das corridas".
Confrontados com a afirmação, Vítor e Paulino são peremptórios: "Dizíamos aos condutores que a Polícia estava na estrada para que não disputassem a corrida. Mas não sabíamos se estava lá a Polícia ou não. Nem nos passava isso pela cabeça. Dizíamos que estava lá a Polícia para que eles não fizessem perícias".
Sobre a experiência, acrescentam: "Para nós, tudo isto não passou de uma brincadeira. Nunca quisemos ofender ninguém nem nunca ganhámos nada com isto. Pelo contrário, só tivemos despesas. E podemos garantir que até a frequência em que era emitido o nosso sinal foi escolhida com todo o cuidado. Não queríamos prejudicar nenhuma rádio com isto".