As fortes chuvadas acompanhadas de granizo que se abateram sobre Pinhel, na sexta-feira e no sábado, causaram "grandes prejuízos" a cerca de 200 viticultores do concelho.
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Segundo Agostinho Monteiro, presidente da Adega Cooperativa local, o temporal afetou "duas zonas diferentes do concelho", causando danos nas vinhas, que ainda estão a ser apurados.
"Na sexta-feira caiu uma trovoada numa área localizada entre a cidade de Pinhel e a zona de Bogalhal, que deu bastante prejuízo. A outra trovoada, mais intensa e forte, caiu no sábado, na zona de Freixedas, Freixinho e Vendada, causando prejuízos enormes, havendo vinhas que estão completamente destruídas em termos de produção", relatou à agência Lusa.
De acordo com Agostinho Monteiro, a intempérie "terá afetado entre 150 a 200 agricultores" do concelho de Pinhel.
"Na zona de Freixedas as vinhas ficaram sem uma única folha inteira e, com o Sol, as uvas começam a secar e a apodrecer", disse.
Adiantou que devido a esta situação, às geadas e ao verão que foi quente e seco, na região de Pinhel haverá este ano uma redução na produção de vinho "superior a 30 por cento".
Observou que num ano normal, como foi o de 2006, a adega recebeu 17 milhões de quilos de uvas, estimando que este ano a produção possa ser de apenas 11 milhões, o que representa "uma redução muito grande".
Embora a "maior parte" dos agricultores afetados pelo mau tempo do fim de semana tenha seguro, o dirigente disse ter conhecimento de situações em que outros, por dificuldades económicas, "desistiram dos seguros devido ao elevado preço".
Neste contexto, Agostinho Monteiro apela ao Governo para que "faça a extensão da isenção de pagamento da Segurança Social aos viticultores de Pinhel" atingidos pelas condições atmosféricas adversas.
Reclama ainda "que se reflita sobre o seguro das colheitas, que subiu no seu preço e, simultaneamente, que se faça a introdução de uma nova cobertura, que é a dos prejuízos pelo Sol".