Os trabalhadores da recolha do lixo no Marco de Canaveses vão estar em greve durante as Festas. O pré-aviso de greve indica uma paralisação entre os dias 13 e 15 de julho, sendo que as festividades decorrerão entre 12 e 15 de julho. Estão negociados serviços mínimos.
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A paralisação criou um enorme embaraço às autoridades locais, designadamente à Câmara Municipal mas, por motivos contratuais da concessão atribuída à empresa FCC Environment Portugal, S.A, “nada pode fazer”. Assim tem repetido a autarca local, Cristina Vieira.
Os trabalhadores da recolha de resíduos sólidos urbanos (RSU), funcionários da FCC Environment Portugal, S.A, estão há cerca de um ano em luta com a entidade patronal pela melhoria das condições salariais e laborais. De cada vez que houve greve, e já foram três no último ano, as ruas do concelho ficaram com toneladas de lixo por recolher. Agora não deverá ser diferente . “Em causa está a circunstância excepcional - Festas do Marco - evento que irá originar um grande volume de pessoas em circulação, bem como o aumento significativo de resíduos”, admite a empresa.
Para minimizar os impactos da greve foram acordados serviços mínimos, entre o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) e a FCC Environment Portugal, S.A., que abrangem quatro pontos sensíveis na cidade: o Largo da Feira, onde funcionam as diversões, o Jardim Municipal, onde está montado um palco e onde decorrerá também uma mostra de artesanato, junto à Câmara Municipal onde está sediado o maior número de bares da cidade e a área envolvente aos palcos, bares e restaurantes ambulantes.
A FCC Environment Portugal, S.A, diz “compreender” as reivindicações dos trabalhadores mostrando “compreensão e preocupação” em relação às matérias laborais em questão, todavia indicam “não ter, de momento, possibilidade de considerar alguma das reivindicações ou mesmo apresentar uma contraproposta, sob pena de não conseguir atingir o equilíbrio financeiro da empresa” argumenta a entidade patronal.
Os trabalhadores lutam “pelo aumento geral dos seus salários e de todas as prestações pecuniárias para todos os trabalhadores em 10%, no mínimo de 100€, por forma a proceder à reposição do poder de compra perdido nos últimos anos; pela atualização da retribuição base mensal para 850€”, assim como, “pelo aumento do subsídio de refeição para o valor de nove euros”, indica o STAL.
Na lista de reivindicações dos trabalhadores estão ainda a “fixação do período de trabalho em 7 horas diárias e 35 horas semanais”, “25 dias de férias remuneradas”, “regulamentação e atribuição de um Suplemento de Penosidade, Insalubridade e Risco”, “fixação do trabalho nocturno entre as 20 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte, compensado com um acréscimo de 25% da retribuição base mensal”.
Os trabalhadores pedem também que a empresa uniformize as regras laborais para todos os trabalhadores, que promova e garanta a valorização remuneratória, a dignificação profissional e a qualidade do serviço prestado, assim como a valorização das carreiras profissionais e sua regulamentação por forma a permitir a progressão e promoção na carreira a todos os trabalhadores”, etc.
As Festas do Marco começam esta quarta-feira e prometem levar milhares de pessoas ao centro da cidade arrastados por nomes conhecidos do panorama musical que, custeados pela autarquia, irão dar concertos gratuitos ao público : Bárbara Bandeira (12/07); Quim Barreiros (13/07); Diogo Piçarra (14/07); Calema e T- Rex (15/07); Pedro Abrunhosa (16/07).