As comemorações do segundo aniversário da inscrição da zona de Couros na lista do Património Cultural da Humanidade da UNESCO decorrem entre esta sexta-feira e o próximo domingo, com um programa de iniciativas culturais, científicas e comunitárias, espalhadas por vários espaços da cidade de Guimarães.
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A classificação de Couros, em setembro de 2023, elevou a área da cidade berço reconhecida como Património da Humanidade para quase 40 hectares.
Esta sexta-feira, há "Visita Memória", uma iniciativa do Curtir Ciência, que terá lugar às 10, 11, 15 e 16 horas, na Antiga Fábrica de Curtumes Âncora. Às 19 horas, será inaugurado o mural "Mergulho", da autoria de Luís Canário Rocha e Ana Duarte, na fachada do edifício da Universidade das Nações Unidas (UNU-EGOV), na Rua de Vila Flor. Às 21 horas, será inaugurada a exposição "Trânsitos", de José Caldeira, Manuel Rodrigues e Patrícia Marinho Oliveira, na alameda Contemporary Art Gallery. A mostra reúne três olhares distintos sobre a memória e o futuro de Couros, através da fotografia, ilustração e outros registos visuais.
A noite prossegue em ambiente festivo com o Percurso Co(u)ral, a partir das 22 horas, em vários locais da cidade: Largo do Trovador: Coro En"Canto (Guimarães); Largo da Cidade: Coro de Ra, de Santiago de Compostela (22h20), e Centro Curtir Ciência: Vox International Choir, do Porto (22h40). No IDEGUI - Instituto de Design de Guimarães, haverá um concerto conjunto dos três coros, às 23 horas.
Em simultâneo, pode ser visitada a exposição "Couros e Peles nas coleções da Sociedade Martins Sarmento", patente no átrio da instituição. A mostra, complementada por uma coleção de postais, apresenta peças do seu vasto acervo ligadas à transformação de peles, desde o pergaminho do Foral de Guimarães de D. Manuel I a artefactos do quotidiano dos séculos XVIII e XIX.
Antigo bairro operário
Couros é um bairro operário de Guimarães, junto à ribeira com o mesmo nome, onde, durante séculos, se concentrou a indústria de curtumes da cidade. Uma das características mais marcantes do lugar são os tanques de pedra onde, noutros tempos, eram tratadas as peles. A zona foi classificada pela UNESCO como Património da Humanidade, em setembro de 2023. Guimarães já tinha 19,4 hectares de cidade Património da Humanidade, desde que, em 2001, o Centro Histórico obteve a distinção, com o reconhecimento de Couros passou a ter 38,2 hectares.