Plano de Desenvolvimento Social do concelho pretende ser instrumento para a "diminuição da pobreza, do desemprego e da exclusão social"
Corpo do artigo
O Plano de Desenvolvimento Social (PDS) de Guimarães foi apresentado esta quinta-feira, no auditório da Universidade do Minho, em Azurém, perante cerca de uma centena de representantes de diversas instituições ligadas ao setor social, com a presença do presidente da Câmara, Domingos Bragança, do diretor do Centro Distrital da Segurança Social de Braga, João Ferreira e da vereadora Paula Oliveira. O documento retrata um concelho que está a ficar mais velho, que tem cada vez mais emigrantes e refugiados, em que a população está mais escolarizada e em situação de pleno emprego.
"De um concelho jovem e demograficamente dinâmico, Guimarães evolui para um território envelhecido com um peso crescente da população sénior e idosa", lê-se no plano. Esta tendência soma-se a uma redução da população residente nas "freguesias periféricas e ruralizadas."
O concelho, atualmente com 156849 residentes, perdeu 1239 habitantes, entre 2011 e 2021. Todavia, houve um aumento de 9765 residentes com mais de 65 anos, no mesmo espaço de tempo.
Em função deste quadro o PDS assume que as migrações dão um contributo para atenuar a redução do saldo natural, mas aponta para a necessidade de estratégias de promoção da natalidade e de atração demográfica.
Baixos salários
O plano reconhece um "aumento da escolarização e qualificação da população" e uma situação de pleno emprego, "com forte escassez de mão-de-obra". Por outro lado, faz o retrato de um modelo económico assente "na precariedade laboral e nos baixos salários." O documento lança um alerta: "Este modelo de contratação de mão-de-obra deixa de ser sustentável quando a força de trabalho deixa de ser excedentária e de estar disponível."
A sessão de hoje ficou marcada, na abertura, pela saída de Conceição Mendes, representante da Associação de Surdos de Guimarães e Vale do Ave, por não haver tradutor para linguagem gestual. A vereadora Paula Oliveira assumiu a responsabilidade pelo sucedido e comprometeu-se a falar com a representante dos surdos pessoalmente.