<p>Em Ovar, tudo indica que o tornado nasceu no lugar de Enxemil, entre as 15.30 e as 16 horas, numa zona de charcos que ainda faz parte da Ria de Aveiro. Ali, começou logo por fazer voar por completo a cobertura da Vacaria Enxemil, deixando o gado ao ar livre e à chuva. </p>
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Numa frenética correria, os fortes ventos encaminharam-se para Oeste, em direcção às freguesias de S. João de Ovar e depois de S. Vicente de Pereira, ao longo de quase 20 quilómetros num espaço de tempo que não terá ultrapassado 15 minutos. Foi, porém, em S. João, e mais propriamente no lugar de Guilhovai que o rasto de destruição foi maior.
"Estava a trabalhar quando a minha mulher me ligou, aterrorizada, a pedir para voltar para casa porque havia telhas a voar por todo o lado", disse, ontem, ao JN, Manuel Almeida, um dos afectados pelo tornado.
Cerca de 30 casas ficaram com os telhados parcial ou totalmente destruídos. Duas famílias tiveram de pedir abrigo junto de parentes e senhora idosa foi acolhida na Santa Casa da Misericórdia de Ovar. Segundo o comandante dos Bombeiros Voluntários de Ovar, António Borges, houve ainda a registar um ferido ligeiro, neste caso, um idoso que apanhou com uma viga de fibrocimento que, a voar, o atingiu, por sorte, apenas de raspão numa perna.
Ao longo dos tais 20 quilómetros por onde passou o tornado, as ruas ficaram pejadas de postes de iluminação e dos telefones caídos, de telhas partidas e de árvores quebradas. Estima-se que os danos possam rondar os vários milhares de euros. "Todo o material e os homens que tínhamos disponíveis foram para o terreno. Começamos por desobstruir as vias, isto enquanto os particulares tratavam de fazer o que podiam", explicou António Borges.