<p>As hortas urbanas comunitárias de Ponte de Lima, na Veiga de Castro, têm um ano de existência. Ali, 36 lotes, com cerca de 45 metros quadrados, estão plantados com os mais diversos produtos. A ideia era disponibilizar um "bocado de terra" a quem não tinha terrenos agrícolas. Apenas um está por atribuir.</p>
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Na sua raiz, o projecto da Câmara Municipal pretendeu proporcionar um espaço de ocupação dos tempos livres a todos os que participem no mesmo e ainda concorrer para a manutenção das actividades humanas e consequentemente para o uso e ocupação do solo. Talvez por isso, entre os proprietários se encontre um arquitecto, um agente da PSP ou um professor do ensino superior.
Quem planta nas hortas tem ainda, como apoio, um ponto de água destinado à rega das culturas instaladas no lote, um abrigo comum para armazenamento dos utensílios agrícolas e um espaço comum para compostagem ou colocação de estrumes, para além de fornecer informação sobre os modos de produção e práticas culturais ambientalmente correctas. Cândida Esteves, 54 anos, foi a primeira a tomar conta de um lote, passando desde então a dedicar "pelo menos" seis horas do seu dia à agricultura, apesar de debilitada do braço direito, fruto de um acidente de trabalho em França. É ela que vai dando uma mão àqueles que têm menos tempo para irem tratar das suas hortas: "neste momento trato de quarto", disse.
Nas hortas colhem-se morangos, cebolas, couves, malaguetas, rebentos, nabiças, ervilhas, flores, salsa, rosmaninho, hortelã, amoras, entre muitos outros produtos. Mas, para Cândida Esteves, antiga cozinheira, que "lê tudo sobre plantas" há algo mais importante que ali se colhe: "um pedaço de paz", pois sofria de taquicardia que diminuiu, assim como "o stress desapareceu e o colesterol está controlado".