A Unidade de Saúde dispõe agora de 125 camas só para doentes infetados mas 96 estão ocupadas.
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O Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira (CHUCB) abriu uma quarta enfermaria covid com mais 34 camas. O aumento do contingente disponível já andava a ser estudado, mas foi acelerado no fim-de-semana quando, no sábado, as 82 camas em enfermaria foram todas ocupadas, assim como as oito em unidade de cuidados intensivos.
"Temos agora 125 camas em enfermaria só para doentes covid e 96 internados", disse ao JN o presidente do CHUCB. "A nossa capacidade não está esgotada mas isto é um contínuo e a única alternativa é ir dando altas, para ter alguma abertura porque só ontem [domingo] internámos 17 pessoas", referiu João Casteleiro.
Foi o que já aconteceu esta segunda-feira porque, de manhã, havia 102 doentes internados em enfermaria e, ao final da tarde, houve redução para 96. "A Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) com 12 camas tem oito internados covid e quatro não covid, pelo que esgotámos toda a nossa capacidade".
51 profissionais de saúde infetados ou de quarentena
A pressão sobre o hospital tem vindo a aumentar por causa do elevado número de surtos em lares mas também por causa da transferência de doentes de outros pontos do país.
"Foram recebidos doentes de Vila Franca de Xira, do Curry Cabral em Lisboa, de Setúbal e de Viseu e o Serviço Nacional de Saúde tem de funcionar assim, em rede, sermos uns para os outros e quando formos nós a precisar têm de ser outros a ajudar", justificou o médico que dirige o centro hospitalar e que apelou ao civismo da população.
"Mais importante do que as medidas do governo ou as capacidades dos hospitais é o comportamento em sociedade. Temos de ter a noção que é preciso dar o exemplo, passear o cão a todas as horas, só porque isso é permitido, ou ir ao supermercado porque é permitido, tem de haver consciência cívica", apelou João Casteleiro, pedindo que haja mudança de comportamento sob pena de as camas esgotarem nos hospitais.
Aliás, nesta fase, a atividade não urgente foi secundarizada pelo combate à pandemia e pela paralisação de profissionais de saúde infetados ou em isolamento profilático. "Estamos sem 51 profissionais, 20 enfermeiros, 13 enfermeiros mais 15 ou 20 assistentes operacionais", Evidenciou o presidente da instituição hospitalar.