Viatura está a ser reivindicada pelos 11 autarcas da região e por profissionais que acreditam que resposta atual não é suficiente.
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Ter uma segunda viatura médica de emergência e reanimação (VMER) não é uma prioridade para o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS). Questionado pelos deputados, na Comissão da Saúde, na Assembleia da República, o presidente do conselho de administração, Carlos Alberto Silva, não disse que não, mas defendeu que é preciso cumprir outras condições.
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A única VMER existente, a do Vale do Sousa, serve uma população de quase 500 mil habitantes - dos 11 concelhos do Tâmega e Sousa e de Paredes -, quando a média nacional, em 2021, era de uma VMER para 234 mil habitantes. Além disso, o território é extenso e com estradas de difícil acesso, o que faz com que a chegada da viatura, sediada em Penafiel, possa demorar, em alguns casos, 50 minutos.
Há a reivindicação de que seja instalada uma segunda VMER no Hospital de Amarante. Caberia ao CHTS custear os gastos e disponibilizar recursos humanos. "Não me ouvirão dizer que não quero. Ninguém pode dizer que não quer mais uma VMER, ou duas ou três. Mas como gestor tenho coisas bem mais prioritárias", afiança Carlos Alberto, garantindo que está "confortável com a resposta dada". "A Urgência é o maior problema que temos a resolver", salientou.
O presidente do CHTS referiu ainda que há o problema de as equipas das VMER e das ambulâncias de suporte imediato de vida (SIV) "serem feitas de tarefeiros". "Só estaria na disposição de avançar para uma coisa dessas quando houver a especialidade de urgência e emergência. Aí poderemos fazê-lo com pessoas nossas e às quais podemos pedir responsabilidades", sustentou.
Autarcas reivindicam
Ouvido na quarta-feira, na mesma comissão, o presidente da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, Pedro Machado, considerou que há "um défice de resposta" e avisou que os 11 autarcas vão reivindicar, de forma "unânime" e "firme", a instalação de uma segunda VMER.
Já o médico de emergência médica Filipe Serralva diz que a viatura atual é "insuficiente" e defendeu a troca da ambulância SIV de Amarante por uma VMER, argumentando que os custos não serão muito superiores.
O presidente do INEM, Luís Meira, sustentou que não sente "que a resposta está diminuída na região do Tâmega e Sousa", até porque o sistema funciona numa lógica integrada e de complementaridade, mas reconheceu que os rácios da VMER do Vale do Sousa "são obviamente desfavoráveis".