Foi há cinco décadas, a 25 de outubro de 1970, que na cidade de Beja foi inaugurado o Hospital José Joaquim Fernandes, efeméride celebrada durante a maior pandemia que a instituição já viveu. Américo Tomás, o Presidente da República de então, marcou presença na cerimónia de inauguração.
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Há meio século, os corredores do hospital, já muito alterados com o passar dos anos, conheceram as primeiras correrias de médicos e enfermeiros, que, "vestindo a camisola do seu hospital", têm ao longo da sua existência salvado muitas vidas.
O hospital nasceu da vontade de Carolina Almodôvar Fernandes, que em 1963 doou 14 mil contos ao Estado para dotar Beja de uma nova unidade de saúde que fosse uma referência no distrito.
A poderosa senhora alentejana impôs como condição que o hospital recebesse o nome do falecido marido, José Joaquim Fernandes, e que estivesse concluído no espaço de três anos e meio. Porque os custos eram de 16 mil contos, segundo um estudo da Comissão de Construções Hospitalares, o Estado responsabilizou-se pela verba restante e o hospital abriu portas sete anos depois.
Na década de 80, o hospital foi uma das grandes referências da formação, quando nele foi instalado a Escola de Enfermagem, hoje Escola Superior de Saúde, integrada no Instituto Politécnico, de onde saíram centenas dos melhores enfermeiros do país.
Integrado na Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, a cinquentenária unidade hospitalar tem, desde outubro de 2008, capacidade para 215 camas, empregando 1799 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros e assistentes operacionais.
Ao longo dos 50 anos de vida, o Hospital José Joaquim Fernandes viveu bons e maus momentos "mas foi sempre feito por gente que vestiu a camisola e trabalhou com grande dedicação", lembra Apolino Salveano, médico-cirurgião que foi o primeiro presidente da direção, cargo que exerceu durante 14 anos a que se juntam mais seis como diretor clínico, num local onde passou 42 anos e 6 meses da sua vida.
"Com muita resiliência, empenho e dedicação de todos os seus profissionais, permitindo que, apesar das adversidades, o hospital continue a servir a população", sustentou Conceição Margalha, presidente do Conselho de Administração da ULSBA.