O Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico embargou a obra que a Câmara de Ponte de Lima promove no areal da vila e que compreende um murete que passa mesmo por baixo da ponte românica. Oposição acena com tribunais.
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Será, de longe, o assunto mais comentado na vila limiana, afiançam partidos e população relativamente à intervenção que a Autarquia opta por não comentar. "A Câmara está a analisar a situação em conjunto com as entidades competentes", disse, ao JN, a assessoria do Município, reservando, para hoje, uma possível tomada de posição sobre a questão.
Em comunicado, divulgado no passado dia 4, a estrutura concelhia do PS de Ponte de Lima é peremptória ao afirmar que o Executivo municipal, "à revelia da decisão (do IGESPAR), desrespeitou o parecer técnico emitido e continuou a realizar a obra, no leito do rio Lima e em zona histórica protegida". O comunicado acrescenta que a proposta apresentada pela Autarquia junto daqueles serviços "foi indeferida" e afiança que, "contrariando o parecer emitido, a Câmara executou a obra", reivindicando o PS pela "reposição urgente da legalidade". Também o PSD condena, em comunicado, a obra, que, assevera, "fez tábua rasa" de proposta aprovada em Fevereiro passado na Assembleia Municipal, segundo a qual intervenções a realizar na frente ribeirinha "deverão ser precedidas tanto de estudos como de debates com a população". Afiançando que a obra "não chegou sequer a ser apreciada em reunião de Câmara", o líder do PSD local, Manuel Barros, admitiu um recurso ao tribunal "caso se prove que o embargo não foi respeitado".
Ao que o JN conseguiu apurar, a Direcção Regional de Cultura do Norte informou, em princípios do mês, a Câmara de Ponte de Lima que as obras que decorrem no areal "não correspondem" ao projecto apresentado pela Autarquia àqueles serviços, solicitando a direcção regional pela "paragem imediata" dos trabalhos - iniciados há pouco mais de um mês - e "reposição da situação original".