<p>Uma mulher e dois netos menores (de quatro e cinco anos) ficaram desalojados após um incêndio que lavrou na manhã desta quarta-feira no centro da Lousã. As crianças estão com a avó por o pai se encontrar preso.</p>
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O incêndio começou a consumir a habitação por volta das 8.30 horas, sendo que, segundo relatos dos vizinhos, foi questão de poucos minutos até a destruir quase totalmente. "Quando vi a casa em chamas entrei em pânico e nem consegui chamar os bombeiros, assustada", contou ao JN Clara Ferreira, vizinha da frente.
Neste momento, ainda não são conhecidas as causas do incêndio. "Há muita humidade na casa e os fios já estão velhos, pode ter havido um curto-circuito", alega Clara Ferreira. No entanto, e segundo indicação dos Bombeiros da Lousã, a origem pode ter estado numa lareira situada na cozinha. O fogo foi extinto por volta das 10.30 horas, tendo o piso de cima da casa ficado sem condições de habitabilidade, com as divisões completamente destruídas. Devido à grande quantidade de água utilizada para combater o incêndio, o rés-do-chão (onde mora o proprietário das duas habitações) ficou inundado, tendo sido necessário aos moradores abandonar temporariamente a casa.
O incidente levou a que o presidente da Câmara Municipal da Lousã, Fernando Carvalho, e o gabinete de Acção Social da autarquia acompanhassem o caso. Em declarações ao JN, o vice-presidente da Câmara Municipal da Lousã, Luís Antunes, garantiu que a família desalojada foi prontamente hospedada na Pousada da Juventude da Lousã. "A autarquia está a salvaguardar todas as situações. As três pessoas estão a ser acompanhadas pelos Serviços de Acção Social e pela Protecção Civil da Lousã", adianta.
Fonte dos Bombeiros da Lousã conta ao JN que o facto de a casa ser antiga precipitou a propagação do incêndio. "A parede é de estuque, com gesso e cimento por fora, mas por dentro é tudo madeira", explica. Clara Ferreira, moradora no local há 22 anos, lembra que a casa existe há mais de quatro décadas e nunca sofreu melhoramentos. "A casa não estava em condições de ser alugada. Mais tarde ou mais cedo uma situação destas poderia acontecer", afirma.
Segundo os vizinhos, a família, de etnia cigana, ter-se-á mudado para a casa agora em cinzas há cerca de dois meses, vinda da Flor da Rosa (uma zona mais afastada do centro). Afirmam ainda que o pai dos dois menores está preso, desconhecendo-se o paradeiro da mãe. Por estarem há pouco tempo no local, não tinham uma relação de grande proximidade com a vizinhança. Clara Ferreira adianta, no entanto, que se tratam de pessoas pacatas. "Cumprimentam-me sempre quando passam e são educadas. Não são pessoas de causar problemas a ninguém", garante.
O senhorio é um octogenário com alguns problemas motores e de audição. O JN tentou contactar o proprietário, não o tendo conseguido.