O secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Paulo Campos, entende que a nova variante do IC6 vem "fazer justiça" aos concelhos de Tábua, Arganil e Oliveira do Hospital. Esta via implicou um investimento de 50 milhões de euros.
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O troço ontem inaugurado, entre Arganil e Sinde (6,5 quilómetros) conclui a empreitada Catraia dos Poços-Tábua do IC6, num total de 24,5 quilómetros, que começou a ser aberto ao tráfego faseadamente em Setembro. "Começa-se a fazer justiça com esta região. Estamos a fazer o que muitos ambicionam: dotar esta zona de acessibilidades condignas com o século XXI", afirma Paulo Campos, também natural da região. "Aqui vivem e trabalham muitas pessoas que merecem ser tratadas da mesma forma de outros pontos do país", prossegue.
O secretário de Estado lembra que a zona é fortemente afectada pela sinistralidade rodoviária, sobretudo na Estada Nacional 17. "Já muita gente morreu aqui, todos conhecem alguém que já aqui tenha tido acidentes. Eu próprio perdi muitos antigos colegas de escola nessa estrada", confessa, mostrando-se esperançado que a nova infra-estrutura reduza essa sinistralidade.
A opinião de Paulo Campos é partilhada pelo presidente da Câmara Municipal de Tábua. Francisco Portela entende que o investimento de 50 milhões de euros na acessibilidade é "inteiramente justificado e vai permitir uma aproximação mais rápida entre o interior e o litoral". O autarca compreende a situação difícil que o país atravessa, mas lança o apelo para que o IC6 tenha continuação até à Covilhã. "Ainda temos dificuldades de acesso à Covilhã e a Castelo Branco, mas estou convencido que o Ministério das Obras Públicas vai criar condições para melhorar essas acessibilidades", sublinha.
Oposição criticada
Para o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, António Mendonça, a nova infra-estrutura permite criar condições de fixação e atractividade. "É um contributo decisivo para o dinamismo económico do país e faz com que estas regiões procurem integrar-se nas dinâmicas do desenvolvimento económico", espera. Reiteira ainda que a ligação entre Coimbra e Viseu é uma prioridade para o Governo, mas que as auto-estradas do Centro terão de ser reavaliadas, em termos de objectivos e tempos.
Paulo Campos aproveitou ainda a inauguração do troço para rebater algumas críticas. "Dizem que as obras que estamos a fazer são de auto-estrada, mas nada é mais falso. 69% das obras concessionadas são de estradas de proximidade", alega. Sublinha ainda que nos 567 quilómetros incluídos na concessão do Pinhal Interior, apenas 108 são de auto-estrada. "Como é possível catalogar as acessibilidades para estes municípios como auto-estradas, e dizer que este país não tem condições para suportar estas estruturas? O que este país não tem condições para suportar é a insensibilidade para com os portugueses que residem no interior", ataca.
Para Paulo Campos, o interior Centro está a viver uma nova época, uma vez que "o último investimento rodoviário na zona era do tempo da monarquia".