A Administração Regional de Saúde do Centro revelou que foi detetada legionela ambiental numa colheita efetuada em meados de outubro no Centro de Saúde de Mangualde, espaço que mantém "a sua atividade normal".
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"O ACeS [Agrupamento de Centros de Saúde] Dão Lafões e os Serviços de Saúde Pública asseguram as medidas adequadas para a continuação do controlo da situação, não havendo evidência de risco acrescido para a saúde pública, mantendo o Centro de Saúde de Mangualde a sua atividade normal", informou a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) em nota enviada à agência Lusa.
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Na informação, a ARSC recordou que, no âmbito do Programa de Vigilância e Controle do Agrupamento de Centros de Saúde do ACeS Dão Lafões, já tinha sido detetada, em 2016, legionela ambiental nesta unidade de saúde, em análise feita pela Unidade de Saúde Pública (USP).
"A direção deste ACeS, em colaboração com o Departamento de Saúde Pública (DSP) da ARSC, desencadeou os mecanismos de controlo habitualmente utilizados, nomeadamente a desinfeção da água da rede. Posteriormente, foram feitas novas análises com resultados negativos", acrescentou.
De então para cá, o Programa de Vigilância foi mantido pela Unidade de Saúde Pública, que veio a detetar novamente legionela ambiental na colheita efetuada a 19 de outubro deste ano.
"Foram, de novo, tomadas as medidas adequadas, nomeadamente a suspensão do funcionamento da rede de água quente, a interdição de utilização dos chuveiros e a desativação da rede em dois módulos terminais nos quais funcionavam alguns serviços que, dada a dimensão do Centro de Saúde, puderam ser transferidos para outras áreas", informou.
Na nota enviada, a ARSC esclarece que uma vez que a rede instalada não tem retorno, pretende-se, com esta medida, "eliminar a estagnação de água nas partes terminais da rede, fator favorecedor da multiplicação da bactéria".
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A legionela é uma bactéria responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até 10 dias.
A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.
A Direção-geral da Saúde (DGS) anunciou esta segunda-feira que o número de casos confirmados de doença dos legionários do surto no Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa, subiu para 48, mais dois relativamente ao balanço anterior. Seis doentes estão internados em Unidades de Cuidados Intensivos e que cinco pessoas morreram.