A Câmara de Gaia e o Ministério das Infraestruturas assumiram o compromisso de encontrar uma solução para o atravessamento da linha do comboio na estação da Granja e no apeadeiro da Aguda, onde as populações têm vindo a contestar as passagens superiores. A solução deverá passar por uma passagem inferior, mas não um túnel, como foi referido na cerimónia de assinatura de um protocolo entre as duas entidades, na manhã desta terça-feira.
Corpo do artigo
14813876
Segundo o ministro Pedro Nuno Santos, há neste momento "um trabalho para fazer, para avaliar as soluções técnicas que permitam ir ao encontro daqueles que são os anseios da população". Ao abrigo do protocolo agora estabelecido, tem de ser feito um "estudo de viabilidade da construção de passagens inferiores em substituição das passagens pedonais superiores" que foram instaladas na Granja e na Aguda, no âmbito da obra em curso na Linha do Norte.
15008044
O estudo começará a ser feito em setembro e é certo que as alterações previstas só podem avançar quando a referida empreitada estiver concluída. O mesmo protocolo prevê também a trasladação, para o espaço imediatamente contíguo, do mirante da Madalena, uma operação que vai ser suportada a 100% pela Autarquia. A Câmara vai assumir, ainda, 20% do custo relativo à alteração das passagens pedonais.
"É uma forma de dizermos que estamos ativamente disponíveis para que não seja pelas razões financeiras que posam existir que o processo encalhe", afirmou o autarca Eduardo Vítor Rodrigues aos jornalistas, no final da cerimónia, a propósito desse financiamento.
Ao referir-se à obra que a Infraestruturas de Portugal está a levar a cabo ao longo do troço entre Gaia e Espinho, o ministro disse ainda que, durante anos, "muito do que se fez na Linha do Norte foi insuficiente". "Estamos neste momento a fazer um trabalho importante que temos de acabar. Como obviamente ele teve interferência no território, tem de se suprimir passagens de nível, encontraram-se soluções que foram rejeitadas pela população e está-se a encontrar alternativas e é assim que se deve trabalhar", acrescentou.
Para o presidente da Câmara, o protocolo é uma "demonstração de que ouvindo as pessoas e dialogando com elas" se consegue mais sucesso. "Estamos absolutamente empenhados numa solução, ouvindo as pessoas, dando resposta àquilo que é razoável que as pessoas têm pedido e explicando aquilo que por alguma razão possa não ser atendível", acrescentou.
Quanto à relocalização do mirante da Madalena, que o Plano Diretor Municipal catalogou como alvo de proteção integral de nível 1, o autarca explicou que será feita "com acompanhamento técnico, de maneira a que a desmontagem seja organizada, com as pedras numeradas, com todo um trabalho técnico que é absolutamente evidente".
O objetivo, segundo Eduardo Vítor Rodrigues, é "que se preserve a memória local". O autarca falou ainda da questão da segurança da linha, referindo-se à "morte das pessoas que, de forma incauta e por falta de segurança atravessam, mas também os suicídios".
Durante a cerimónia, que decorreu nos paços do concelho, o presidente da Câmara já tinha referido que foi apresentado para discussão pública, em Arcozelo, o projeto de reabilitação da Avenida Vasco da Gama, para que a via "não seja uma fenda no território". Até ao final de setembro, espera-se que a população dê os seus contributos por escrito.
Sobre a solução alternativa para as passagens superiores da Granja e da Aguda - que motivaram da parte dos populares vários protestos e queixas endereçadas a diversas instituições e organismos -, Eduardo Vítor Rodrigues sublinhou que a solução deverá passar "por um atravessamento inferior, mas não um túnel", como algumas pessoas tinham sugerido.
A presença do ministro justificou-se ainda pela assinatura de um outro protocolo, através do qual o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana disponibiliza um total de 143 milhões de euros, através de verbas do PRR/1º Direito, para a compra, construção ou reabilitação de casas por parte da Autarquia, com vista ao reforço da habitação social no concelho. Numa primeira fase, serão 94 casas com renda acessível.