Ligação, que custa 140 milhões de euros, servirá o Parque Oriental e os bairros do Cerco e do Lagarteiro, no Porto. Composições levarão passageiros ao Hospital Fernando Pessoa.
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A segunda linha de Gondomar aproximará a zona Oriental do Porto dos centros de Valbom e de Gondomar. Com um custo estimado de 140 milhões de euros, esta ligação levará os passageiros das Antas até S. Cosme, servindo os bairros sociais do Cerco e do Lagarteiro, na Invicta, e o Hospital Fernando Pessoa.
O percurso, de 6,7 quilómetros, terá nove estações. Apenas uma já existe, que é a Estação do Dragão. As restantes são novas. A solução, quase toda à superfície e com apenas dois túneis na saída das Antas, no Porto, e na zona da Lagoa, em Valbom, nasceu de uma proposta da Câmara de Gondomar, que a recente avaliação de procura, feita sob a coordenação de Paulo Pinho, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), elegeu como melhor opção.
Quando estiver em operação, trará quase 41 mil validações diárias em média à atual rede de metropolitano. Só as oito novas estações gerarão, por dia, um tráfego médio de 34.747 passageiros. A expectativa do presidente do Município de Gondomar, Marco Martins, é de que o projeto de execução possa ser desenvolvido no próximo ano, de modo a que o concurso público para a construção da linha do Souto seja lançado em 2022. "A correr bem, a empreitada começará em 2023", anseia, argumentando a justiça desta ligação prometida há largos anos, desde que foi traçada a primeira rede de metro do Grande Porto.
"Gondomar é a única sede de concelho que não tem metro e é um dos municípios com taxas pendulares mais elevadas da Área Metropolitana do Porto", frisa.
Metro desenvolve soluções
Ao JN, a Empresa do Metro confirmou que está a "desenvolver" as soluções que constam do estudo de procura da FEUP, "de forma a cumprir com os pressupostos do Plano de Recuperação e Resiliência e o quadro temporal do Programa Nacional de Investimentos", que se estende até 2030.
"Para a Câmara, era muito importante encontrar uma solução que servisse melhor Valbom e que tivesse ligação comercial à rede atual do metro, sem necessidade de transbordos", tal como sucede com a Linha de Fânzeres, que liga Gondomar à Senhora da Hora. "Foi o Município que propôs esta solução e, falando com a Câmara do Porto, ficou decidido que se estenderia para servir a zona Oriental" da Invicta, recorda.
Este traçado passará por baixo da A43 e irá transpor o vale do rio Tinto num viaduto já existente. O metro partirá do Dragão em túnel e verá a luz do dia em S. Roque da Lameira (onde terá uma estação à superfície), percorrendo o canal central da Alameda de Cartes, com a piscina municipal de Cartes e o bairro do Cerco a dois passos. Aliás, a estação do Cerco surgirá após a rotunda de ligação da Alameda de Cartes à Avenida da Cidade de Léon. Prosseguirá pelo centro dessa via até à Avenida de Francisco Xavier Esteves, com os olhos no Parque Oriental e o bairro do Lagarteiro (onde terá outra estação).
Daí ruma a Gondomar, atravessando a rotunda da Alameda de Azevedo e a zona das Areias, ainda no Porto. A plataforma que se segue é a da Lagoa. Também em Valbom, depois de um pequeno troço em túnel, terá nova paragem. "A estação de metro no centro de Valbom ficará a 100 metros da Junta de Freguesia", concretiza Marco Martins. Depois, continuará o percurso à superfície, por baixo da A43 e entrando na Avenida de Fernando Pessoa para ter uma nova estação, à porta do hospital.
Sentido único na Rua da Igreja
Lendo o mapa, o autarca socialista desenha a chegada ao centro de Gondomar pela Avenida de Oliveira Martins. À semelhança do que sucede em Rio Tinto com a Linha Laranja, o metro servirá um novo parque urbano. A estação Parque Urbano, a edificar em frente ao supermercado Lidl, ficará próxima de vários equipamentos, como as escolas Básica de Júlio Dinis e Secundária de Gondomar, o Tribunal, a biblioteca e o auditório municipais, a Loja do Cidadão, os balcões da Segurança Social e do centro de emprego (IEFP).
O metro entrará, depois, na Rua da Igreja. A artéria passará a ser de sentido único. O terminal ficará no Largo do Souto redesenhado, garantindo o rebatimento com outros transportes público.
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Primeiro traçado era mais caro
A linha do Souto foi o projeto alternativo, proposto pela Câmara de Gondomar, após o reconhecimento que o traçado apontado pela Metro do Porto entre Campanhã e a feira de Gondomar tinha alguns constrangimentos. A procura potencial era menor e a linha custava mais 40 milhões do que a ligação ao Souto.
Financiamento está garantido
A linha do Souto já tem financiamento garantido nos 1,17 mil milhões de euros destinados à expansão do metro no Programa Nacional de Investimentos 2030, anunciado recentemente pelo Governo.