Relatório ambiental aponta detalhes sobre a construção da ligação do metro do Porto entre S. Bento e a Boavista. Praça da Galiza mantém-se, com transplante e abate de 50 árvores.
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O trajeto da Linha Rosa, que levará o metro de S. Bento à Boavista, no Porto, permitirá preservar a Praça da Galiza e evitar a passagem pelo subsolo do Hospital de Santo António. As informações constam no Resumo não técnico do relatório de conformidade ambiental do projeto de execução (RECAPE) da nova linha da Metro do Porto.
A também denominada linha Circular terá três quilómetros subterrâneos e quatro paragens (Liberdade/S. Bento, Hospital de Santo António, Galiza e Boavista/Casa da Música). A construção deverá arrancar no segundo semestre deste ano, tendo a duração prevista de 42 meses. Para já, decorre a fase de análise das seis propostas recebidas pela empresa para concretizar a obra por 235 milhões de euros.
De acordo com o RECAPE, entre as estações do Hospital de Santo António e da Galiza, a Metro do Porto optou por "desviar a linha da Rua de D. Manuel II de forma a evitar passar sob o próprio hospital". A configuração da estação da Galiza também foi alterada. A praça será mantida, bem como a posição da Fonte de Rosália de Castro e a respetiva escultura. Ainda assim, a estação no Jardim de Sophia "pressupõe o transplante ou abate de 50 árvores", sendo necessário "um novo desenho do jardim, com a implantação de novas árvores".
A construção da nova linha implicará também o desvio do rio da Vila "para o encaminhamento das águas da chuva que ocorrem a montante da Estação Liberdade/ /S. Bento e cujas infraestruturas atuais são intercetadas pela implantação da estação". Os trabalhos deverão demorar 12 meses.
Estação central
Segundo o documento, o traçado "segue preferencialmente sob os eixos das vias existentes de forma a evitar, sempre que possível, a interferência com os edifícios existentes e minimizar as perturbações causadas pela obra". Assim, o percurso da Linha Rosa vai iniciar-se "na Rua de 31 de Janeiro, passando a norte da Estação Ferroviária de São Bento" e prosseguindo para a Praça da Liberdade, onde ficará a Estação Liberdade/S. Bento. Terá ligação à Praça Almeida Garrett e ao Largo dos Loios.
O metro encaminha-se depois pelo "alinhamento da Rua dos Clérigos, seguindo a orientação da Rua das Carmelitas, até à proximidade da Praça Gomes Teixeira, com destino ao Jardim do Carregal, onde ficará a Estação Hospital de Santo António.
O caminho "segue sobre os logradouros da Rua de Miguel Bombarda" e vira "até atingir o alinhamento da Rua de Júlio Dinis". Após a paragem, a linha acompanha "o prolongamento da Rua de Júlio Dinis, infletindo sob a Praça Mouzinho de Albuquerque (rotunda da Boavista) até à Avenida de França", onde ficará uma nova estação, articulada com a existente. Trata-se de "uma estação central que permite fazer a ligação entre as diversas linhas", nomeadamente a Circular, a futura linha de Gaia e a articulação com o tronco comum das linhas A, B, C, E e F".
No relatório é ainda descrito que, relativamente ao Estudo prévio, a Metro do Porto alterou a "configuração da estação Boavista/Casa da Música" para permitir a "coordenação/integração do projeto com a implantação do futuro edifício-sede da Metro do Porto e do El Corte Inglés".
Dois anos a escavar para aumentar a Linha Amarela
O relatório ambiental sobre a expansão da Linha Amarela, que vai ligar Santo Ovídio a Vila d'Este, em Gaia, apontou um prazo de dois anos para a realização de 290 mil metros cúbicos de escavações e a construção de estruturas, incluindo viadutos, túnel e três estações (uma subterrânea), na obra de expansão da Linha Amarela do metro, entre Santo Ovídio e Vila d'Este, em Gaia.
O resumo não técnico do Relatório de conformidade ambiental do projeto de execução aponta ainda um total de três anos de empreitada. À semelhança da construção da Linha Rosa, com ligação entre S. Bento e a Boavista, os trabalhos deverão arrancar no segundo semestre deste ano. O documento refere a execução de dois viadutos, com cerca de 128 e 485 metros de extensão. E um túnel, com "cerca de um quilómetro, que possuirá uma estação subterrânea - a Manuel Leão - implantada no terreno baldio localizado nas traseiras da Escola Soares dos Reis".
No âmbito do Plano Nacional de Investimentos, o Governo, a Área Metropolitana do Porto e a Metro do Porto assinaram ainda um protocolo que permite a realização de estudos para alargar a rede. Tal como o JN noticiou, trata-se de 600 milhões de euros para investir no crescimento do metro até 2030.
Também no Plano de estabilização económica e social, publicado em "Diário da República", o Governo admitiu a realização de 27 intervenções no metro do Porto, nas quais constam a construção do edifício-sede da empresa, obras na interface do Hospital de São João e a ligação da estação da Galiza ao Centro Materno-Infantil. Estão também previstas intervenções na cobertura de estações.
Pormenores
Novos veículos
A Metro do Porto adquiriu 18 novos veículos à empresa CRRC Tangsthan, num contrato de 49,6 milhões de euros. As novas composições deverão começar a ser entregues em 2021.
Carros
Tal como o JN noticiou, a Linha Rosa deverá retirar mais de nove mil carros por dia do centro do Porto no primeiro ano de operação. A análise custo-benefício estimou que mais de metade dos clientes da nova ligação fossem condutores.