Business Hub de Leça do Balio completa duas décadas de expansão e de vanguarda empresarial. "Bem-estar e felicidade da comunidade" para ingresso na quinta revolução industrial.
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Na antiga Fábrica das Sedas, o centro empresarial fundado a 27 de maio de 2002, no romper da quarta revolução industrial, atinge o vigésimo aniversário com o vigor redobrado do projeto original e já envolvido na vertigem de todas as novas transições. Eis, então, a alucinante era do 5G e do 5.0, sempre da tecnologia de ponta e da inovação. Para lá do negócio, também um primado das humanidades, da ecologia, da cultura e das artes. É a "métrica da felicidade" no trabalho, resume o "Business Hub", uma das entidades de maior relevância na economia de Matosinhos e da Área Metropolitana do Porto.
A efeméride teve esta quinta-feira uma primeira celebração, investida de todo o simbolismo: com a presença de 1200 convidados, na maioria "lioneses", como se intitulam os mais de sete mil funcionários da comunidade, a Lionesa fez a festa de apresentação do novo logótipo, que remete para as origens mais remotas, as da Fábrica das Sedas, fundada em 1944, falida nos finais dos anos 1990 e adquirida pela família do empresário Pedro Pinto.
Precisamente, é no casulo do bicho-da-seda, reinterpretado no ó da marca, que António Pedro Pinto, diretor de marketing do "hub", anuncia "o espaço dinâmico, de várias formas e mutações, em constante crescimento". No caso da Lionesa, a larva foi um espaço de "outlet", até se transformar no que é hoje, um resort industrial de vanguarda, com 120 inquilinos, entre os quais se encontram marcas de prestígio como a Oracle, a Farfetch, a Vestas, a Volkswagen, a Cofco, a Klockner Pentaplast, a Generix ou a Hilti.
Captar talentos
Da instalação destas multinacionais resulta, também, um fluxo de funcionários com origem em todo o mundo. Por ali circulam diariamente colaboradores de 46 nacionalidades, o que faz da Lionesa uma marca "onusiana", de variadíssimas culturas e de vastas competências técnicas. "A nossa função é captar talentos", observa António Pedro Pinto.
De todos estes circuitos faz-se, então, o "Silicon Valley" da Área Metropolitana do Porto. Fechou 2021 com a instalação de cinco novas empresas, que criaram 800 novos postos de trabalho.
Outro gigante internacional, a americana FedEx, prepara-se para instalar, até final do ano, um centro de serviços partilhados, que acrescentará à comunidade mais 700 "lioneses", num novo edifício de escritórios, com sete mil metros quadrados, distribuídos por quatro pisos.
A obra deverá estar concluída em julho e incluiu-se no "masterplan" do centro empresarial, que prevê, até 2025, investimentos na ordem dos 100 milhões de euros. Deste plano destacam-se a construção de zonas desportivas, de residências empresariais e de um hotel, com cerca de uma centena de alojamentos, para uso da comunidade das vagas de nómadas digitais.
A maior joia será o jardim de cinco hectares, que ligará o "campus" ao mosteiro de Leça do Balio, também propriedade da Lionesa. O projeto do Jardim Filosófico, como foi batizado, conjuga-se entre o arquiteto paisagista Sidónio Pardal e o arquiteto Álvaro Siza. Será um brinco vegetal, nas margens do Rio Leça, para fruição de toda a comunidade.
Verde e social
Não será só estética. A Lionesa aguarda retribuição: "Em pesquisas internas reparámos que o contacto dos colaboradores com o meio ambiente aumenta a felicidade em 15%, a produtividade em 6% e a criatividade em 15%", diz o diretor de marketing, observando outros estudos, que atribuem ao contacto com a natureza o aumento de 26% dos estímulos cognitivos.
Seja como for, esta abordagem tem com primazia "a certificação de sustentabilidade humana" perseguida pela Lionesa. "Não sei bem se é a quinta revolução, porque já há muito tempo fazemos este caminho. Simplesmente, a pandemia veio acelerar este caminho, de interação e de colaboração num espaço mais social", diz António Pedro Pinto.
"Já tínhamos entrado por aí há muito tempo, só que não o tínhamos percecionado assim. Sempre trabalhámos na óptica das pessoas, com particular preocupação de humanização do trabalho. O foco, para nós, são as pessoas", atalha Eduarda Pinto, diretora executiva de um dos locais "mais felizes para trabalhar".
Pormenores
Mosteiro a 360
O mosteiro de Leça do Balio está em obras de requalificação, que deverão estar concluídas lá mais para o verão. Até lá, a Lionesa, proprietária do templo desde 2016, oferece entradas virtuais, que possibilitam acompanhar de modo dinâmico o projeto de reabilitação, a cargo do arquiteto Álvaro Siza.
A visita 360º está disponível no site www.mosteirolecabalio.com e tem como guia o historiador Joel Neto.
Jardim filosófico
Nas margens do rio Leça, entre o centro empresarial e o mosteiro, nascerá o chamado Jardim Filosófico, projetado pelo arquiteto paisagista Sidónio Pardal, o mesmo que desenhou o Parque da Cidade do Porto.
O projeto inclui a construção de uma escultura de Siza Vieira, que visa homenagear as comunidades religiosas que, através dos tempos, frequentaram o mosteiro, construído no século XIV.
Verde Leça
A Lionesa também alberga a sede da Associação de Municípios Corredor do Rio Leça, uma liga fluvial que agrupa, da nascente à foz, os municípios de Santo Tirso, Valongo, Maia e Matosinhos.
O corredor verde, com quilómetros de passadiços e de ciclovias, ligará a Lionesa às praias de Leça e de Matosinhos. Criará, para lá das atividades de lazer e de desporto, novas formas de mobilidade, de e para o trabalho.
Bom dia, humanóides!
A par da crescente aposta na tecnologia de vanguarda, a Lionesa investe cada vez mais nas relações interpessoais, com uma visão muito futurista, entre o real e o imaginário, ao ponto de projetar a introdução de equipas de humanóides nos corredores dos "campus".
Entre espaços de arte digital e de realidade imersiva, as áreas sociais do centro empresarial serão frequentadas por estes seres digitais, sempre prontos a conhecer e cumprimentar a comunidade "lionesa".