Uma espessa camada de espuma branca, com cerca de um metro de altura, foi detetada na manhã desta quarta-feira, no leito do rio Tejo, junto ao açude de Abrantes. É mais um relato de poluição daquele curso, mas, segundo a proTEJO, será "um dos piores cenários" registados nos últimos anos.
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A denúncia partiu uma vez mais de Arlindo Consolado Marques, do movimento proTEJO, que se deslocou ao local e descreveu ao JN o cenário que encontrou. "Isto está péssimo. É de criar bicho", adiantou o ambientalista enquanto documentava, uma vez mais, em vídeo e fotografia, o manto de poluição visível na zona de Abrantes.
"A camada desta espuma branca e suja, a que eu chamo espuma da morte, tem cerca de um metro de altura", explicitou, acrescentando que a jusante de Vila Velha Ródão, "o rio está um caos". "O que estamos a observar hoje é um caso extremo de poluição. Ando nisto desde 2015 e este é um dos piores dias", referiu Arlindo Marques, que se tem distinguido pela sua luta em defesa do rio Tejo e na denúncia de situações de poluição, alegadamente, provenientes das fábricas de celulose de Vila Velha Ródão.
https://www.facebook.com/arlindomanuelconsolado.marques/videos/1688150534575292/
O ambientalista - que, recentemente, viu a empresa Celtejo instaurar-lhe um processo por associar os episódios de poluição no Tejo à empresa e reclamar o pagamento de 250 mil euros por danos atentatórios do seu bom nome - garantiu ao JN que "a montante de Vila Velha de Ródão, o rio está limpo, com água transparente".
O próprio Arlindo Consolado Marques contou ao JN que hoje se iria deslocar a Vila Velha de Ródão para observar o rio naquele ponto fulcral, mas resolveu passar pelo açude, onde se veio a deparar com a situação descrita. "O Tejo está neste estado. Se não cuidarmos dele, vamos perdê-lo", conclui.