Quatro cães mataram, na manhã desta sexta-feira, 17 ovelhas em Arouca e deixaram outras cinco feridas. Os ataques a animais de pastorício têm sido cada vez mais frequentes, provocando prejuízos elevados aos proprietários que se mostram dispostos a abandonar este tipo de atividade
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O mais recente ataque ocorreu na freguesia de Chave, no Lugar do Tojal, com uma matilha a matar as ovelhas e a deixar feridos cinco outros animais, alguns em estado grave.
O cenário é desolador com os cadáveres das ovelhas espalhados pelo pasto, enquanto outras se encontravam ainda em agonia.
"Além do prejuízo há também o desgosto que sofri. Gostava muito dos animais e desta maneira perdemos a vontade de trabalhar", explicou, ao JN, Armindo Correia de Almeida o proprietário do rebanho.
Diz que, depois do cenário vivido, "dá vontade de deixar estas terras às silvas". "Dedico-me à terra desde que comecei a caminhar e nunca vivi uma situação destas", assegura.
Armindo Correia de Almeida recorda ataques pontuais ao longo dos anos, mas nunca em número tão elevado. "Nunca vi a matarem tantas ovelhas de uma vez só", confirma.
Apesar de ter o rebanho legalizado, o homem não conta com nenhum apoio para a perda dos animais e pode até deixar de usufruir de possíveis apoios à pastorícia já que ficou com um número reduzido de ovelhas com vida.
Afirma que, num outro ataque recente de cães, um borrego de um vizinho morreu e há registo de outras investidas na região. Teme que estes ataques se repitam com mais frequência no futuro.
O JN apurou que esta matilha não estava sinalizada pelas autoridades competentes, já que ninguém teria dado, alegadamente, conhecimento da mesma.
A falta de locais para acolhimento dos animais errantes é a causa apontada como mais provável para a proliferação destes cães nas ruas e campos dos concelhos do Entre Douro e Vouga.