Bruno Pereira é o candidato do PSD à Câmara de Matosinhos. O advogado critica as portagens da A4 dentro do concelho e diz que situação é "altamente ilegal"
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Candidata-se para ganhar e recusa "servir de muleta ao PS" como vereador, em caso de derrota. Bruno Pereira promete opor-se a um novo pórtico na A28 e exige compensações à APDL pelo encerramento da ponte móvel em Leça da Palmeira.
O PSD nunca ganhou eleições autárquicas em Matosinhos. O que traz de diferente que possa mudar este cenário?
Esta candidatura diverge de todas as outras que vieram muito atrasadas. Primeiro: sou natural de Matosinhos, onde cresci, a minha família é de Matosinhos e é onde exerço a minha profissão.
Que propostas de mobilidade traz para o concelho?
São precisas novas vias municipais para melhorar a circulação. Não é sustentável que Matosinhos tenha a A28, a ligação com a A4 e estradas nacionais como a Via Norte ou a Circunvalação como ruas principais. É importantíssimo requalificar a Circunvalação, não pode ser adiado. Mas é preciso pensar o concelho para o futuro e há investimento para a expansão da linha de metro no Porto e em Gaia. Não há um euro para a ligação da Senhora da Hora ao Hospital de S. João.
Um estudo para descongestionar a VCI propõe um novo pórtico na A28. Aceitaria?
Não. Já temos uma situação altamente ilegal. Sou de S. Mamede de Infesta e para ir para o escritório [junto à Câmara] pago dois pórticos. É ilegal. A lei diz que pode haver pórticos na entrada e saída do concelho. Dentro não. Isto acontece há anos, já discutimos várias vezes e ninguém fez nada a nível do poder central.
O que faria?
Provavelmente, avançaria com uma ação judicial caso não retirassem estes pórticos. Se for presidente, vou fazer de tudo para que não haja uma diferenciação negativa dentro do concelho.
Como avalia a postura da Câmara no processo da Petrogal?
São terrenos privados e não sabemos o que a Galp equaciona fazer ali. O PSD está contra a criação de uma refinaria de lítio sem saber o impacto na saúde pública e no ambiente. Mas a Câmara deve arrepiar caminho e pressionar a administração da Galp.
No caso do hotel na praia da Memória, a Autarquia rejeita responsabilidades. Concorda?
Não. A Câmara tem responsabilidades. Isto é uma peça de teatro. Ora emitem a licença, ora descobrem que aquilo é zona de Reserva Ecológica Nacional e anulam a licença. O que aconteceu é muito estranho.
A ação da APDL em Matosinhos tem gerado várias críticas. Como deveria a Câmara agir?
Tinha de defender os interesses dos matosinhenses e não os do PS. A APDL, em relação à ponte móvel, não pode decidir por si. A ponte esteve fechada dois meses e não foi requalificada. Fez-se um estudo para perceber os problemas e vai voltar a fechar depois das autárquicas. A APDL tem de compensar as pessoas.
Uma nova ponte é uma boa alternativa?
Não vejo onde seja possível construir uma nova ponte, só se for ao lado da A28. Não faz sentido prometer uma terceira travessia sem estudos. Faz sentido requalificar aquela ponte de forma a beneficiar o trânsito dos barcos, sem prejudicar a circulação das pessoas.
Perfil
Idade: 36 anos;
Profissão: Advogado;
Residência: Matosinhos;
Família: Casado, tem dois filhos, com quatro anos e sete meses;
Natural de S. Mamede de Infesta, Bruno Pereira entrou na Ordem dos Advogados em 2009 e é filiado do PSD desde os 16 anos. É licenciado em Direito pela Universidade Portucalense e mestre em gestão de pequenas e médias empresas. Reúne um conjunto de pós-graduações em gestão de pequenas e médias empresas e direito marítimo e portuário.