A população de Soeima, Alfândega da Fé, está consternada com a morte de uma septuagenária, no passado sábado, na sequência de um acidente com uma motosserra manuseada pelo marido. "Tratou-se de um infeliz acidente", referiu fonte da GNR de Bragança.
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Maria das Dores Escobar, de 77 anos, e Alberto Medeiros, de 82, aproveitaram a manhã para ir cortar giestas numa propriedade agrícola mesmo junto à entrada de Soeima, mas a tarefa acabou por se revelar fatal para a idosa, que foi atingida acidentalmente no pescoço e num braço pela motosserra que o marido usava para cortar a lenha. "As giestas já estavam muito secas. Como são finas, é fácil que a motosserra salte, foi o que sucedeu. O idoso não conseguiu controlar a máquina e como a mulher andava a apanhar a lenha acabou por ser atingida", narrou Manuel Coelho, proprietário de uma mercearia.
"Maria das Dores ainda terá caminhado entre 20 e 50 metros encostada ao marido, mas acabou por cair e morreu ali mesmo. Quando chegaram os bombeiros o INEM e o helicóptero, já nada havia a fazer. Um filho estava ali perto e foi ele que ligou para o INEM", contou uma habitante que preferiu manter o anonimato.
O octogenário está em casa, pois não há suspeita de crime. A vítima foi transportada para o Hospital de Mirandela para ser autopsiada.
Ontem, Soeima parecia um deserto. O único café da localidade estava fechado. Ruas e campos agrícolas não tinham gente. Na aldeia, residem menos de 150 pessoas. Os que não trabalham fora preferiram recolher-se em casa. "Estamos todos muito chocados, a gente nem sabe o que há-de dizer, olhamos uns para os outros e nem há palavras. É uma tragédia", justificou Manuel Coelho. Vânia Medeiros, neta do casal, explicou que os avós saíam todos os dias para o campo.
Apesar da idade avançada, é frequente os idosos em Trás-os-Montes continuarem a laborar os campos agrícolas e a lidar com máquinas agrícolas potencialmente perigosas. "Não há quem faça nada, os novos não querem nada com a agricultura, temos de ser nós, os velhos, a continuar a trabalhar", frisou o merceeiro.