Um menino de dois anos morreu afogado num tanque, que foi transformado numa piscina, na casa onde vivia com os pais, no concelho de Elvas. Este ano vai ser o pior dos últimos cinco em mortes no meio aquático em Portugal.
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O incidente aconteceu na segunda-feira, na quinta da família, que se situa na Estrada do Belhó, no concelho de Elvas.
Ao que o JN conseguiu apurar, os pais do menino, um casal com cerca de 30 anos, não chamaram o 112 para o local e retiram o menino do tanque pelas próprias mãos. De seguida, levaram-no para o hospital de Elvas, mas já não foi possível salvar a criança.
De acordo com o Chefe da Área Operacional do Comando de Portalegre da PSP, "o alerta para a morte foi dado pelo Hospital Santa Luzia de Elvas, tendo a PSP se deslocado àquela unidade hospitalar, no sentido de apurar se existiam indícios de crime", confirmou João Paulo Marmelo ao JN.
"Não existem indícios de crime. O corpo do menino foi transportado para a Morgue do Hospital para ser autopsiado e o processo passou para a alçada do Ministério Público (MP)", rematou o agente.
Pior registo dos últimos cinco anos
Este ano vai ser o pior dos últimos cinco em mortes no meio aquático em Portugal. Segundo o Observatório do Afogamento, da Federação Portuguesa dos Nadadores-Salvadores (FEPONS), até 31 de março já havia registo de 24 vítimas, que têm vindo a aumentar com as mais recentes, nomeadamente na semana passada, na praia da Vagueira, onde morreu um jovem de 14 anos, e esta terça-feira em Elvas.
Segundo o Observatório, em 2021 ocorreram 23 mortos, em 2020 foram 24, 17 em 2019 e 23 em 2018. Em 2017 houve 28 por afogamento. A maioria ocorreu no mar e no rio, havendo poucos casos em tanques, como o registado com o menino de três anos em Elvas. Segundo a FEPONS, há sete situações em tanques desde 2017. Raras também são as vítimas até quatro anos, havia duas (em 2019 e 2021) até esta terça-feira.