"A falta de anjinhos e santinhos já se fazia sentir nas procissões antes da pandemia", dizem as paróquias do Grande Porto, entusiasmadas com o regresso das festas e romarias, altura em que o fervor religioso é maior, aumentando as esmolas e doações tão necessárias para apoiar obras e ações comunitárias.
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Para colmatar a falta de crianças nos ainda muito apreciados cortejos religiosos prima-se nos andores e lançam-se nos desfiles elementos dos escuteiros e meninos da comunhão. É assim em Gondomar. "Já há muitos anos que na procissão da Senhora do Rosário incluímos os escuteiros e as crianças da catequese. E temos de perceber que com a pandemia a nossa vida alterou-se. Não quer dizer que os pais não se interessam. Apenas hoje há outros interesses", conta Laurinda Ribeiro, secretária da Paróquia de S. Cosme. Longe dos tempos em que até se recusavam crianças por as inscrições para os diferentes quadros da procissão ficarem rapidamente completos.
"Muita coisa mudou, não é por as pessoas não apreciarem as procissões, porque a assistência em dias de festa é grande. Penso que é por nascerem menos crianças. Por isso apostamos mais nos andores", diz José Macedo, secretário da paróquia de Valongo, cujas festas em honra de S. Mamede terminam com a procissão, depois de amanhã.
é importante participar
"O importante é a adesão das pessoas, é importante para as paróquias após o período de pandemia que afastou muita gente da Igreja levando à quebra das esmolas. A maior parte é composta por fiéis idosos que se recataram e apareciam poucas vezes", explica José Macedo. A Diocese do Porto tem a mesma opinião, apesar de "não lucrar em nada" com festas das suas paróquias.
Destaca ainda as grandes manifestações religiosas de verão no distrito: a Festa das Dores, na Trofa, a de Nossa Senhora do Castelinho, Marco de Canaveses, a peregrinação ao Monte da Virgem e a Nossa Senhora da Saúde, em Gaia. "Isto é importante sobretudo para as localidades que beneficiam dos diferentes projetos das paróquias que angariam nesta altura mais dinheiro", refere a fonte da diocese.
Do vasto programa de festas e romarias deste verão muitas vão ainda acontecer, até ao início de outubro. As da Assunção, na Póvoa e Senhora da Saúde, nos Carvalhos, atraem multidões por estes dias. Assim como a Assunção celebrada no Monte Córdova, Santo Tirso. Em Valongo, as festas do concelho terminam depois de amanhã com a procissão.
Na Trofa festeja-se a Nossa Senhora das Dores e em Vale de Cambra, a Senhora da Saúde. Setembro é também mês de festejar Santa Eufémia, na Trofa. O calendário festivo termina em outubro com as tradicionais Festas dos Rojões e dos Tremoços, em Espinho, Senhora dos Altos Céus e S. Mamede. A última, em outubro, é a Senhora do Rosário, em Gondomar.