Novo normal ou atípico - assim será o fim de ano nos restaurantes e hotéis do Porto. Desde o cancelamento de reservas, sobretudo por parte de estrangeiros, à diminuição da lotação, passando pelos testes, tudo isto são cambiantes a que empresários e clientes têm de se adaptar.
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O réveillon, que há uns tempos era encarado como um balão de oxigénio, ficou cercado de incertezas, principalmente na área da restauração. Na primeira linha da Ribeira, com vistas para o Douro, o restaurante Mercearia, que já conta 30 anos de vida e por onde passaram Madonna e tantas outras estrelas, terá as portas abertas. Do menu constam as entradas, mais pratos de carne e peixe à escolha, acrescidos das sobremesas natalícias. O preço, de 50 euros por pessoa, inclui champanhe e passas à meia-noite. Mas, ao contrário do que era hábito, as 12 badaladas não serão celebradas no exterior, a dois passos do rio, pois as recentes medidas do Governo impossibilitam a ingestão de bebidas alcoólicas na rua.
"Aqui, na Ribeira, a tradição dos restaurantes é levar os clientes para a rua à meia-noite e celebrar em conjunto, com champanhe. Desta vez não será possível", lamentou o proprietário, Carlos Magalhães, dando conta de desistências por parte de espanhóis, que tinham por costume visitar a Invicta. O Mercearia terá música ao vivo e um funcionário para conferir testes e certificados.
Traje de gala
Na Boavista, no hotel Sheraton, também haverá música ao vivo. O seu restaurante Porto Novo, com espaço para 180 convidados, reduziu a capacidade para cerca de 130. "A sala, assim como todo o hotel, tem insuflação de ar direto permanente", assinalou a diretora, Joana Almeida.
Não obstante as restrições à lotação, por segurança sanitária, há hábitos a conservar: os trajes de gala e o ambiente de glamour são uma garantia. Mais informal é o costume do chef Ilídio Barbosa e da equipa de cozinha irromperem pela sala, à meia-noite, ao som do bater de tachos e panelas. "No primeiro instante, os clientes estranham, mas logo aderem", referiu o chef, com 14 anos de casa e um menu cinco estrelas, que custa 245 euros por pessoa, mas inclui ostras, lavagante azul, tranche de robalo, ravioli de caranguejo-real, "mignon" de novilho e mais iguarias. Não haverá fogo de artifício, nem festa no jardim exterior.
Outra iniciativa do Sheraton é o serviço takeaway. Consiste em levar o jantar de fim de ano a casa. O preço, que varia consoante as escolhas, engloba a loiça. "Com a pandemia esta é a opção de grupos e famílias", disse a diretora.