<p>O presidente da Metro Mondego, Álvaro Maia Seco, acredita que a assinatura do auto de consignação do primeiro troço, ontem, em Serpins, concelho da Lousã, vai pôr fim ao "cepticismo que muitas pessoas ainda têm" em relação ao projecto.</p>
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"Este momento marca o fim do ciclo das ideias, das hesitações, dos sonhos; e o início de outro ciclo, de implementação da solução", explicou o responsável, ao JN, já à margem da cerimónia de consignação da empreitada do troço Serpins - Miranda do Corvo. O "cepticismo" de que fala deve-se, em parte, ao facto de "o projecto ter andado muitas vezes para a frente e para trás".
Ontem, ficou claro que "é imparável". Palavras do governador civil de Coimbra, Henrique Fernandes, que nada convenceram o Movimento de Defesa do Ramal da Lousã, presente com uma faixa em que se lia: "Não TRAMem a nossa linha".
Ao longo do discurso, Henrique Fernandes - em representação do Governo, face à ausência do secretário de Estado dos Transportes, Carlos Correia da Fonseca - classificou o metro de "desafio da modernidade" e lançou farpas aos utentes da linha centenária da Lousã, contrários à sua desactivação temporária, a partir de quarta-feira e por um período que deverá ultrapassar os dois anos. "Tudo muda à nossa volta, menos o Ramal da Lousã. Não é possível!", atirou.
No final, um membro do movimento, Álvaro Francisco, dirigiu-se ao governador civil com um documento para entregar ao secretário de Estado. E um desafio: "Convido-o a que faça o regresso a Coimbra pela estrada onde irão passar os autocarros [transporte alternativo]". "Tudo vai ser melhorado com este sistema", respondeu Henrique Fernandes.
O movimento opõe-se ao corte da linha e ao transporte alternativo. "A estrada [municipal que segue de Moinhos até à EN 17, em Ceira] não tem largura para os autocarros, nem oferece segurança", sustenta Álvaro Francisco. A contestação "é compreensível", mas "infundada", diz Maia Seco. O presidente da Metro Mondego conhece a via ("Não há memória de sinistralidade") e frisa o salto na qualidade de vida que o metro vai representar, com "mais conforto e viagens muito mais frequentes".
