Autocarro articulado terá frequência de cinco minutos e transportará 4400 pessoas por hora e por sentido.
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O metrobus entre a Rotunda da Boavista e a Praça do Império, no Porto, começará a circular em dezembro de 2023. O autocarro articulado a hidrogénio terá uma frequência de cinco minutos e uma capacidade para transportar 4400 pessoas por hora e por sentido. Esta terça-feira é lançado o concurso público de conceção e construção nos jardins de Serralves, um dos equipamentos servidos pela linha com oito estações.
O investimento de 45 milhões de euros será concretizado em 20 meses, garante, ao JN, o ministro do Ambiente, Matos Fernandes. "Os concorrentes terão 90 dias para apresentar propostas. O projeto terá de prever a integração do BRT e os atravessamentos das duas avenidas [Boavista e Marechal Gomes da Costa]. A solução técnica vale 50% e o preço os restantes 50%. Não precisa de avaliação de impacto ambiental. A linha faz-se em 20 meses e terá de estar concluída em dezembro de 2023", especifica. O sistema Bus Rapid Transit (BRT) ou metrobus tem um funcionamento semelhante ao metro de superfície, circulando num canal dedicado e com prioridade sobre os automóveis. Só que o percurso é cumprido por um autocarro, neste caso um veículo articulado, a hidrogénio, silencioso e sem emissões poluentes. A viatura demorará 15 minutos a percorrer a distância entre a Rotunda da Boavista e a Praça do Império.
O corredor central da Avenida da Boavista, que no passado serviu os elétricos, passará a ser usado, em exclusivo, pelo metrobus com duas vias, uma em cada sentido. O percurso de quatro quilómetros parte da Rotunda da Boavista, onde o metrobus tomará conta da faixa de rodagem interior, mais próxima do jardim.
Na placa central, surgirão as primeiras duas paragens: Bom Sucesso e Casa da Música. A estação do Bom Sucesso, no enfiamento da Rua de Caldas Xavier, permitirá a ligação com o terminal de autocarros, junto ao mercado. A paragem da Casa da Música ficará em frente à Avenida de França e facilitará a ligação ao metro. O acesso às duas estações será feito pelo jardim.
Monumento vai sair
Os autocarros articulados seguirão pelo corredor central da Avenida da Boavista, com três paragens em Guerra Junqueiro, no Bessa e no Pinheiro Manso. À chegada ao cruzamento com a Avenida do Marechal Gomes da Costa, desenhar-se-á uma rotunda descentrada.
Quem desce a Boavista não terá impedimento. O mesmo sucederá a quem entrar na avenida pela Marechal. Só quem sobe terá de parar para deixar passar o metrobus. A circulação será controlada por semáforos, tal como acontece com o metro de superfície.
O monumento ao empresário, de José Rodrigues, será retirado e recolocado noutro local da cidade do Porto, a indicar. Na Marechal, "não vamos beliscar o separador central arborizado", garante Matos Fernandes. A via exclusiva para o autocarro será a mais próxima do separador central em ambos os sentidos. As duas estações daquele troço, Serralves e João de Barros, não entram no concurso de conceção e construção e serão projetadas por Álvaro Siza, autor do edifício do Museu de Serralves e da Casa Armanda Passos, naquela avenida. A última paragem será na Praça do Império.
O ministro sublinha que, com a nova linha de metrobus, "deixará de haver autocarros a percorrer a Avenida da Boavista, de uma maneira geral", podendo manter-se algumas ligações pontuais da STCP.
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Servir Católica e Foz
A ligação de metrobus foi pensada para o eixo do Campo Alegre, mas "era impossível colocá-la no cruzamento do Campo Alegre por falta de espaço e entre António Cardoso e a Praça do Império teria de interromper-se a circulação de automóveis", explica o ministro Matos Fernandes. A alternativa pela Boavista também serve o eixo Diogo Botelho, Católica e Foz.
Ligar à autoestrada
No âmbito do projeto do metrobus, será criado um acesso direto à autoestrada em direção a norte para quem descer a Boavista.
Emergências
A faixa de circulação do metrobus será separada das vias para automóveis por uma guia, que poderá ser galgada em caso de emergência.
Vias pintadas
O pavimento da via por onde circula o metrobus terá um cor diferente: poderá ser verde.
Metade do metro
O sistema de autocarros articulados terá metade da capacidade de transporte do metro ligeiro, que desloca nove mil pessoas por hora.
8 autocarros articulados a hidrogénio, com 18 metros de comprimento, piso rebaixado e câmaras em vez de retrovisores, custarão 21 milhões de euros. O concurso para a aquisição será aberto em outubro.