Sustentabilidade e responsabilidade social das empresas é mote para debates envolvendo o meio académico.
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A Santa Casa da Misericórdia do Porto e a Fundação AEP, pertencente ao universo da Associação Empresarial de Portugal, celebram hoje um protocolo que visa promover o debate em torno da sustentabilidade social e da sua relevância na assunção da responsabilidade social por parte das empresas. Organizar conferências e fóruns, partilhar experiências e convidar o meio académico para a discussão estão entre os objetivos a cumprir a breve prazo.
Segundo António Tavares, provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, o protocolo nasce da vontade das duas entidades em "aprofundar o conceito de responsabilidade social e em discuti-lo com as empresas e as instituições". Considerando tratar-se de "um projeto da sociedade", acrescenta ser fundamental "a solidariedade das empresas para com as pessoas e para com determinadas causas".
Os mentores esperam obter o alto patrocínio da presidência da República para a iniciativa. António Tavares diz ainda que, ao promover-se a discussão sobre a temática, também se pretende combater a ideia "de que as empresas só pensam nos lucros e nos resultados". "Criar uma sociedade mais justa e uma maior coesão social" será a mensagem sempre presente.
Para o presidente da Fundação AEP, inerente ao debate em torno da sustentabilidade social está a questão dos apoios sociais. Luís Miguel Ribeiro afirma que é necessário refletir se os mesmos estão a ser bem aplicados, se cumprem a função de reduzir as dificuldades dos mais desfavorecidos e qual o papel das empresas nesse domínio.
No seu entender, "o melhor que se pode dar [às pessoas] é o emprego com remuneração digna", por um lado. Por outro, as empresas têm de ter condições para pagar bem.
"O grande desafio do país reside no salário médio", diz ainda, lembrando o problema da qualificação dos portugueses e da falta de mão de obra em setores essenciais, agora agravada pela pandemia.
Empreendedorismo sénior, responsabilidade social, demografia e coesão territorial são preocupações que a fundação assume como suas e que promete levar aos debates que vierem a ser organizados. Luís Miguel Ribeiro defende que é importante as pessoas sentirem que contribuem "para a competitividade das empresas" e entende que o empreendedorismo pode passar por uma "atitude mais proativa no local de trabalho".
Considerando que "a demografia é hoje um desafio incrível", o responsável entende ainda ser necessário promover o envelhecimento ativo, aproveitando-se o potencial, a experiência e a disponibilidade dos mais velhos para colaborar com os mais novos.
O protocolo será formalizado hoje, pelas 12 horas, na sede da Fundação AEP, no Porto.