<p>Um grupo de moradores de São João dos Montes, vizinhos da ermida de São Romão, em Vila Franca de Xira, alertou a Câmara para a degradação do imóvel, mas a Autarquia alega que não tem autoridade para intervir. </p>
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O grupo de moradores denunciou o adiantado estado de degradação do imóvel e quer que a autarquia local classifique como património de interesse municipal a ermida, detida pelo Patriarcado de Lisboa, mas a Câmara alega que tem dado "vários apoios no sentido da recuperação" daquele espaço.
Rui Coelho, arqueólogo e membro daquele grupo de moradores, explicou à agência Lusa que a ermida tem a azulejaria "muito degradada", arrumada "em baldes e sem qualquer numeração". "O púlpito está em risco de cair para cima da nave e está suportado por estacas de madeira", adianta, sublinhando ser esta "uma situação no mínimo perigosa".
Fonte do Patriarcado de Lisboa confirmou à Lusa que já foram feitas algumas obras e que serão ainda recuperadas as partes que continuam degradadas. No entanto, não foram autorizadas quaisquer visitas ao interior do edifício.
A anterior autarca da freguesia de São João dos Montes, Anabela Bastos, disse que "nem a Câmara nem a Junta têm autonomia" para restaurar aquele espaço, sublinhando, no entanto, que "foram recuperadas as paredes exteriores e a cobertura total do imóvel".
A recuperação foi feita com uma verba atribuída pela pedreira do Tâmega que laborava nas proximidades da ermida e acordou com a autarquia a transferência de apoios para as obras da ermida.
Também a presidente socialista da Câmara de Vila Franca de Xira, Maria da Luz Rosinha, disse que a "remoção dos azulejos e a recuperação do altar e do telhado foram feitas com apoios da Câmara", acrescentando ainda que "obra de reabilitação do púlpito vai começar em breve".
A população está preocupada com o estado de degradação da ermida de São Romão e reclama às autoridades responsáveis (Patriarcado de Lisboa e poder político local) que recupere aquele património.
Ana Lopes, moradora local e guardiã das chaves da ermida, considera que a recuperação do edifício é da responsabilidade do Patriarcado mas entende que Câmara e Junta também devem intervir.
"Se está degradado alguém tem de arranjar. A responsabilidade tem de ser do Patriarcado mas quem podia dar a mão era também a câmara e a junta de freguesia. A missa vai começar para o mês que vem, no primeiro domingo de cada mês e o púlpito está a cair. É perigoso para as pessoas e sobretudo para as crianças", alertou Ana Lopes.