Para o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, "são boas notícias": parte da verba atribuída pelo programa Portugal 2030 aos concelhos do distrito do Porto será aplicada nas obras no Coliseu do Porto e isso permitirá evitar a concessão do espaço. "Continuará a ser um equipamento de todos os portuenses".
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"Ficou acordado que sairá uma verba do Portugal 2030 para as obras do Coliseu", confirmou esta segunda-feira o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, considerando tratar-se de "boas notícias", já que este mecanismo evitará a concessão daquele equipamento. O autarca nota que esta decisão foi unânime numa reunião de Conselho Metropolitano do Porto, na passada sexta-feira. No entanto, o autarca de Valongo, José Manuel Ribeiro, que não esteve presente, disse, em declarações à Lusa, não concordar com esses apoios.
"O Município de Valongo, que não teve oportunidade de participar na referida reunião de trabalho, informa que não irá votar favoravelmente esses apoios", pode ler-se numa nota de fonte oficial da Câmara de Valongo, citada pela Lusa. Aquele Município afirma ter-se tratado de "uma reunião de trabalho onde não estiveram presentes inúmeros municípios, com três pontos, sendo que somente o último ponto era para decisão, conforme está escrito na convocatória".
Por sua vez, o autarca portuense diz que espera que "a Área Metropolitana do Porto resolva este assunto". "Quer dizer, quem não vai, não pode votar. Mas julgo que, de facto, se encontrou aqui o consenso suficiente", considera Rui Moreira, garantindo que "continuará a ser a Associação Amigos do Coliseu a operar o equipamento".
"Era o que todos nós queríamos e continuará a ser o equipamento de todos os portuenses", reitera.
"Desde que houvesse fundos, iríamos a jogo", recorda Moreira
"Estas eram as condições que sempre tínhamos colocado para não haver concessão e, portanto, são boas notícias, porque voltamos ao plano 'A', que era o plano que nós sempre tínhamos dito. Desde que houvesse fundos, iríamos a jogo. Estes fundos que, repito, não chegam para tudo, mas na componente nacional nós estaremos disponíveis, como já fizemos noutros projetos", acrescenta Moreira.
Quanto às críticas sobre a forma como foi constituída a AMP, Moreira esclareceu que deveria ter sido utilizado o critério da pendularidade entre concelhos. Isto porque, ao não existir esse critério, "alguns [municípios] não têm uma visão metropolitana da coisa". "A crítica que fiz não foi relativamente a municípios pequenos ou maiores, mas sim ao conceito do que é uma Área Metropolitana. Legitimamente, esses municípios não se interessam por matérias metropolitanas, exemplo do Coliseu", admite.
Oposição contente com decisão da AMP
Sérgio Aires, do BE, acolhe o recuo de uma eventual concessão "com toda a festividade", recordando, no entanto, que tanto a Câmara do Porto como o Ministério da Cultura tinham dado conta de que não haveria outra solução que não passasse pela concessão do Coliseu. Daí, revela alguma "estupefação".
Por sua vez, Ilda Figueiredo, da CDU, nota que a sua posição foi sempre contra a concessão. "Ainda bem que está novamente a chegar-se a um consenso que chegou a existir nesta Câmara, de haver uma participação nas obras. Espero que agora fiquemos por aqui", apela a vereadora.
Também o vereador social-democrata, Alberto Machado, "entende que o Coliseu é um ativo de toda a região", fazendo, por isso, "todo o sentido", que todos os municípios da Área Metropolitana do Porto (AMP) tenham votado como votaram.
Já Tiago Barbosa Ribeiro, do PS, diz que esta parece "uma boa decisão". "Entendemos que, se podermos recorrer a fundos para reabilitar o que é mais prioritário no Coliseu, vemos com bons olhos. Todos devem assumir as suas responsabilidades, incluindo a AMP e esperamos que todos o façam nesse processo", conclui.