O presidente da Câmara do Porto manifestou-se, nesta manhã de quarta-feira, "frontalmente contra" à entrega por ajuste direto da operação do metro e da STCP a privados. Para Rui Moreira, o caderno de encargos "é reprovável e deve ser criticado". Por isso, a Autarquia não vai entrar na corrida pelo ajuste direto.
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"Manifesto-me frontalmente contra este processo de ajuste direto para a subconcessão da STCP e do metro, por não estarem defendidos os interesses dos utentes e do Município do Porto que, mais uma vez, não foi ouvido", manifestou Rui Moreira, em conferência de Imprensa, na manhã desta quarta-feira.
Apesar dos restantes autarcas, Rui Moreira não contestou o recurso à figura do ajuste direto nem a "legitimidade" do Governo em o fazer. Para o presidente da Câmara do Porto, não está em causa a forma mas os pressupostos com que o ajuste direto será feito, ou seja, assente num caderno de encargos que é "reprovável e deve ser criticado". Um caderno de encargos que, apesar de quatro alterações, está "mal feito" e tem por base uma "equação económica negativa".
Daí que Rui Moreira não concorde que seja possível travar o processo da subconcessão do metro e da STCP através das vias judiciais. "Não me parece que isto se possa resolver através da judicialização deste caso", defendeu, para acrescentar: "Esta é uma questão política, por isso é importante que haja uma articulação de todos os autarcas".
Segundo Rui Moreira, até ao final da semana, deverá haver uma reunião entraordinária do Conselho Metropolitano do Porto. Só nessa altura se decidirá que "posição política" será adotada. Entretanto, a Câmara do Porto já levantou o caderno de encargos. E decidiu não concorrer ao ajuste direto. "Mantém uma equação negativa", justificou.