A ideia partiu da associação Mulheres na Arquitetura: dotar um grupo de mulheres do Bairro de Santiago, em Aveiro, com conhecimentos de construção civil, para que se tornassem mais autónomas na manutenção das suas casas. Iniciado no final do ano passado, o projeto "Mulheres em Construção" terminou, esta semana. No total, oito mulheres concluíram a formação que as levou a fazer trabalhos em obras. Agora, garantem, estão aptas a fazer pequenas reparações em casa ou, até, a prestar serviços para fora.
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"Vou sentir falta da obra e de estarmos todas juntas a trabalhar. Mas, neste momento, acho que se precisar de pintar a minha casa já me sinto confortável", conta Lúcia, uma das formandas do "Mulheres em Construção".
O projeto incluiu 200 horas de formação profissional, teórica e prática - em parceria com o Instituto do Emprego e Formação Profissional -, sete workshops com entidades parceiras e, ainda, um intercâmbio com as formandas da iniciativa "Entre o chão e o telhado", de Águeda. Essa última interação levou as residentes do Bairro de Santiago a passarem os conhecimentos que tinham adquirido a outras mulheres, residentes em casas degradadas.
Recuperar espaço da associação
"Tenho ajudado amigos, que inicialmente até ficavam duvidosos. O que aprendi tem sido bastante útil", garante Helena, outra das formandas, já "mestre" em chapiscos, reboco ou aplicação de mosaicos.
Para aplicarem os conhecimentos adquiridos ao longo dos meses de formação, as formandas dedicaram-se, também, a recuperar um espaço pertencente à instituição Florinhas do Vouga, no seio do Bairro de Santiago.
É aí que, em breve, vai nascer um Banco Comunitário de Materiais e Ferramentas, ao dispor dos residentes que necessitem de materiais para fazer melhorias em casa.
