Os cerca de 500 artistas do Stop, na Rua do Heroísmo, ainda não chegaram a um consenso quanto à proposta apresentada pela Câmara do Porto que permite reabrir, temporariamente, as salas de ensaio. Está marcado um protesto para esta segunda-feira.
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Está a ser analisada, pelos músicos do centro comercial Stop, na Rua do Heroísmo, no Porto, a proposta feita pela autarquia para alterar as regras de funcionamento do espaço e reabrir temporariamente os estúdios lá instalados sem licença. Para já, os cerca de 500 artistas não chegaram a um consenso. Em causa está um novo horário de funcionamento, das 10.30 horas às 22.30 horas (e que pode interferir com a atividade dos artistas), e a necessidade de dar formação aos utilizadores de cada um dos pisos do edifício para saberem agir em caso de incêndio.
Da Associação Cultural de Músicos (ACM) do Stop, Rui Guerra disse ao JN que, na reunião de sexta-feira à noite, à qual se juntaram os artistas de outra associação, não foi possível chegar a um consenso. Há "questões por esclarecer" na proposta apresentada pela Câmara do Porto. Mas, confiante de que todas as dúvidas serão clarificadas durante o fim de semana, Rui Guerra admite a "intenção de aceitar [a proposta] e abrir as salas".
Está marcada para segunda-feira à noite uma nova reunião entre os membros da ACM na expectativa de, no dia seguinte, ser possível anunciar uma decisão final e consensual entre os artistas. Ainda assim, mantêm-se a manifestação convocada para as 15 horas de segunda-feira em frente aos Paços do Concelho para "chamar a atenção do quão importante o centro comercial Stop é", observa Bruno Costa, da Alma Stop.
Cinco bombeiros à porta
Perante a falta de condições de segurança do edifício e o consequente risco de incêndio (que motivou a selagem dos espaços que não estavam licenciados), a intenção da Câmara do Porto é instalar extintores e alarmes de incêndio no espaço e dar formação a todos aqueles que o usam.
Enquanto essa operação decorre, o autarca Rui Moreira pretende mobilizar, para junto do Stop, uma equipa do Regimento de Sapadores Bombeiros, com um carro e cinco operacionais. Mas, para que tal seja possível, o horário de funcionamento do centro comercial não poderá ultrapassar as 12 horas.
O anúncio foi feito esta sexta-feira pelo próprio presidente da Câmara no final de uma reunião com duas associações e depois de, na terça-feira, a Polícia Municipal ter selado 105 das 126 lojas do edifício. A proposta só foi apresentada depois da intervenção das autoridades uma vez que, de acordo com o autarca, só agora é que as associações apresentaram um "espírito muito positivo" e "muito construtivo".
Tudo poderá estar funcional em 24 horas, garante Moreira. O administrador de condomínio, Ferreira da Silva, também considera a solução "viável".