É já na próxima segunda-feira que o navio-escola Sagres chega ao Porto, da parte da manhã, no âmbito das comemorações do Dia da Marinha, que a cidade Invicta acolhe entre os dias 18 e 21 com inúmeras atividades. Outras embarcações são esperadas e todas poderão ser visitadas numa iniciativa que contempla ainda exposições, demonstrações, batismos de mar e até um concerto com a Banda da Armada e Miguel Guedes.
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O programa foi apresentado ao final da manhã desta quinta-feira, na Casa do Infante, na presença do chefe do Estado-Maior da Armada, Henrique Gouveia e Melo, e do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, dada a parceria entre as entidades na organização do evento. O Dia da Marinha terá como epicentro toda a linha entre a Ribeira e a Alfândega, com o Douro (mas não só) a proporcionar uma série de atividades. De acesso livre, as iniciativas envolvem cerca de mil militares.
Na manhã de segunda-feira, o Sagres entra no Douro. Depois, dependendo das marés e do caudal do rio, outras embarcações irão chegar até quarta-feira, véspera do arranque oficial do evento. Em particular, a fragata D. Francisco de Almeida, o navio-patrulha oceânico Sines e lancha de fiscalização Rio Minho.
Gouveia e Melo espera que o Dia da Marinha no Porto venha a ser "uma verdadeira celebração do mar" e que as atividades programadas para estes quatro dias possam contribuir para o objetivo sempre presente de "reter pessoas nas Forças Armadas, mais particularmente na Marinha". "Precisamos de portugueses para abraçar este desafio que é servir Portugal no mar", salientou.
Rui Moreira, por seu turno, mostrou-se convicto de que o evento vai atrair "dezenas de milhares de pessoas, portuenses e não só".
As atividades desenvolvem-se em terra e na água. Desde logo, com visitas aos navios, em horários específicos de manhã e de tarde (entrada pelos locais de atracagem, entre o cais da Ribeira e a Alfândega), batismos de mar, mergulhos e provas de resistência. Haverá exposições para ver na Alfândega, local que será também palco do concerto da Banda da Armada com Miguel Guedes, no dia 19, às 21.30 horas.
O ponto alto das comemorações está marcado para domingo, dia 21, com um desfile que contará com a participação de 500 militares, a partir das 12 horas, no sentido Alfândega-Ribeira. No final, haverá uma demonstração de capacidades, junto ao rio, com a intervenção de um helicóptero.
O JN associou-se ao evento. Em parceria com a Câmara, lançou um concurso de fotografia em que os participantes devem captar pelo menos uma das embarcações acima referidas.
No dia 18, a Baixa do Porto começará a ver movimentações do Dia da Marinha com atuações itinerantes da Banda da Armada, demonstrações cinotécnicas e demonstrações de veículos não tripulados, em locais como o Bolhão ou a estação de S. Bento. Mas estes são apenas alguns exemplos de um evento que tem muitas outras atividades. O programa completo pode ser consultado no site da Marinha.
Na sua breve intervenção, o responsável máximo pela Armada lembrou ainda que está em análise pelas Nações Unidas um pedido de Portugal para a extensão da plataforma continental, que, "se correr bem", elevará o espaço marítimo para o equivalente a 41 vezes o espaço ocupado pelo território nacional. No final da cerimónia, disse aos jornalistas estar confiante quanto à pretensão do Estado português, apesar de a extensão poder ser inferior à solicitada.
"Dará uma oportunidade única em termos de recursos, de potenciais futuros. E o futuro não é como o vemos hoje, só terrestre, também é marítimo", salientou, lembrando que Portugal tem já um grande espaço marítimo, dentro da zona económica exclusiva. "Portugal é um país periférico na Europa, mas é central no Atlântico", acrescentou.
Lembrou que a Marinha visa continuar a ser um "instrumento e um catalisador desta oportunidade que o mar é para Portugal" e que não é vista "numa perspetiva puramente militar". Sublinhou que "a Marinha salva pessoas todos os dias no mar e não é um instrumento de guerra quando faz isso". Gouveia e Melo referia-se às cerca de mil pessoas "envolvidas todos os dias em operações" marítimas.