Coletividade de Matosinhos fundada há quase 116 anos perdeu muita gente com a pandemia. Eleito nesta quarta-feira, César Gavina transita da equipa anterior com vontade de organizar novas atividades além do teatro, a marca dos "auroristas".
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César Gavina foi eleito presidente da Associação Recreativa Aurora da Liberdade, coletividade fundada em Matosinhos em 1906. Encabeçando a única lista a escrutínio no ato eleitoral desta quarta-feira, o novo dirigente transita da equipa anterior e tem na recuperação de associados uma das principais prioridades.
Quase a celebrar 116 anos - a data assinala-se a 13 de maio -, a associação chegou a ter perto de dois mil associados. Atualmente, são 200. Muito por culpa da pandemia, que fez desaparecer uma figura antiga mas essencial para assegurar o pagamento de quotas, em particular junto dos mais velhos, que era o cobrador de rua. A seu tempo, a nova direção irá recuperá-lo.
"Recolocar a Aurora da Liberdade na montra da cultura do concelho de Matosinhos, lugar que foi seu por mérito próprio", será outro dos objetivos de César Gavina, como o próprio referiu ao JN. Levar ao edifício da Rua do Godinho "diferentes atividades", para que a associação não se destaque apenas pelo teatro, também está entre as propostas do dirigente.
É com esse intuito que fala, por exemplo, em "criar um grupo de juventude" para que, um ou dois dias por mês, se dinamizem jogos dirigidos aos mais novos, em particular jogos de tabuleiro. César Gavina quer ainda melhorar a comunicação com os sócios, através de o envio de uma newsletter, e destaca, por outro lado, o facto de o site da coletividade estar a ser melhorado.
A Aurora da Liberdade tem uma escola de teatro, em que as aulas são asseguradas por dois atores profissionais. Em horários distintos, frequentam-na 25 alunos, desde crianças com seis anos a adultos. "A ideia é que funcione como uma atividade extracurricular", diz.
Reativar o festival de teatro, que decorria entre setembro e dezembro, aos fins de semana, sempre "com casas cheias", poderá ser uma forma de "trazer de volta os antigos sócios", afirma, para rematar: "Matosinhos gosta de teatro, os "auroristas" são pessoas do teatro".
Secretário na direção anterior, o novo presidente tem 52 anos e está ligado à Aurora da Liberdade há 35. Nascido e criado em Matosinhos, é técnico comercial e está a concluir uma licenciatura em Ciências Sociais.