É uma pequena revolução aquela por que Guimarães vai passar ao longo deste ano, com mais de uma dezena de obras em estradas, ruas e edifícios, num investimento de cerca de 33 milhões de euros. Algumas já estão em curso, outras estão prestes a começar e a maior é a do Teatro Jordão, que vai custar 11,5 milhões de euros.
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Na mensagem de Natal, o presidente da Câmara, Domingos Bragança, pedia "paciência" e "compreensão" aos vimaranenses para 2020 e o caso não é para menos. A entrada na nova década vai transformar a cidade e essa renovação pode causar transtornos a quem ali vive e circula.
Neste capítulo, a atenção maior estará em Silvares, freguesia que recebe três obras rodoviárias ao longo deste ano, duas públicas e uma privada, com enfoque na construção de um túnel aberto que vai desnivelar a principal rotunda de acesso à autoestrada. Este é apontado como o principal ponto negro do trânsito em Guimarães, com uma circulação média diária de 75 mil carros. Anteontem, Domingos Bragança anunciou que a obra deve começar "em fevereiro".
Só em ruas e estradas, a Autarquia vimaranense prevê um investimento superior a 13 milhões de euros. A requalificação rodoviária mais cara é junto ao Centro Histórico, na Rua Padre António Caldas, onde o alcatrão vai dar lugar ao granito desde a saída do tribunal até à Rua D. Urraca, de acesso ao castelo.
O ano 2020 também promete ficar na história como aquele em que o Teatro Jordão ganhou nova vida. O emblemático edifício cultural de 82 anos volta a ser reativado, desta feita para albergar o Conservatório de Guimarães e cursos artísticos da Universidade do Minho. A requalificação deve ficar pronta na segunda metade do ano e contempla um auditório com 400 lugares.
Outra obra emblemática é a da Torre da Alfândega, onde se lê "Aqui Nasceu Portugal". A empreitada vai transformar a torre num miradouro, mantendo a traça original do edifício, e servirá para os visitantes conhecerem a história da antiga muralha da cidade. Na zona de Couros, a antiga fábrica Freitas & Fernandes vai albergar a Universidade das Nações Unidas, um centro de investigação de governação eletrónica e a única instituição da ONU em Portugal fora de Lisboa.
Ainda na investigação, 2020 é o ano em que fica concluído o Instituto Cidade de Guimarães, um edifício de 3,1 milhões erguido pela Câmara e Universidade do Minho para acolher um projeto de investigação avaliado em 100 milhões de euros, para os próximos sete anos.
A Câmara é ainda a principal parceira da obra do Serviço de Urgência do hospital de Guimarães, que deve ficar pronta na segunda metade do ano, e vai duplicar o espaço de atendimento.
Embora grande parte destes investimentos seja feita com recurso a fundos próprios e comunitários, a Autarquia contraiu em empréstimo de 12 milhões de euros que se destinam a obras para este e os próximos anos.
Privados
Variante em Silvares
A obra privada da variante de ligação entre as rotundas de Mouril e Pinheiro Manso, em Silvares, vai passar pelas traseiras da igreja e está integrada no âmbito da nova centralidade daquela freguesia. Vai custar cerca de um milhão de euros.
Avenida D. João IV
A urbanização privada do Monte do Cavalinho não fica pronta este ano, mas deve avançar já a ligação entre a Avenida D. João IV e a Rua António da Costa Guimarães, em Urgezes. Passa por trás da estação de comboios.