Verba de 299 milhões de euros anunciada é insuficiente para traçado e ponte entre o Porto e Gaia. Governo garante investimento necessário.
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Construir a Linha Rubi do metro do Porto e uma nova ponte custará mais do que os 299 milhões de euros anunciados. Perante a conjuntura internacional, o valor, assegurado a fundo perdido pelo Plano de Recuperação e Resiliência, "terá de ser revisto em alta" e o Governo, garante o secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado, acautelará o "investimento necessário". O governante conta que a linha entre em operação "até ao final do primeiro semestre de 2026". A primeira indicação era o início de 2026.
O concurso público para a empreitada, que ligará a Casa da Música, no Porto, a Santo Ovídio, em Gaia, também já não deverá ser lançado no próximo dia 17, como publicado em janeiro no "Jornal Oficial da União Europeia". Mantém-se a perspetiva de que o procedimento arranque este mês. E como o anúncio prévio foi publicado com uma descrição técnica do projeto, o governante conta que o prazo de concurso seja "um pouco mais curto" que o habitual e que isso torne possível consignar a obra entre setembro e outubro.
A Declaração de Impacte Ambiental (DIA) definitiva deverá ser emitida pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) durante a próxima semana, acrescentou. "Tivemos já uma proposta da APA, a Metro do Porto pronunciou-se. Depois de recolhidas, em sede de audiência prévia, os comentários da Metro e consultadas as entidades de novo, penso que é mesmo dia 13, segunda-feira, que termina esse prazo. Portanto, esperamos ter a DIA final durante a próxima semana", revelou ontem Jorge Delgado, em resposta ao deputado do PSD, Firmino Pereira, em reunião de Comissão de Ambiente e Energia.
Quanto à data de lançamento de concurso anunciada - 17 de março -, "talvez não a consigamos cumprir". "Esperamos ainda, durante o mês de março, lançar este concurso. Estamos a fazer as últimas revisões para que o projeto tenha o mínimo de falhas possível", acrescenta.
valor "revisto em alta"
Ao mesmo tempo, está a ser feito um "reajustamento" do valor previsto de 299 milhões de euros. "Foi um valor estimado no início do processo. Com o aumento de custos que todos conhecemos, terá de ser revisto em alta e acautelaremos o financiamento necessário para esse efeito", assegura Jorge Delgado. Para o governante, "lançando o concurso em março", espera-se que "em setembro, outubro no máximo" possa ser consignada a obra, iniciando-se os trabalhos". "Até ao final do primeiro semestre de 2026, contamos ter esta linha em operação".
Destacando o "valor e importância" da construção da segunda ligação de metro entre Gaia e Porto, Jorge Delgado nota que a Linha Rubi "permitirá evitar muitas deslocações rodoviárias na travessia do rio Douro", que passarão a demorar "pouco mais de seis, sete ou oito minutos". A zona da Boavista será "um hub de distribuição fundamental", oferecendo ligações ao Centro Histórico do Porto, Maia, Matosinhos, Póvoa de Varzim e Gondomar.
Pormenores
Estudo ambiental
Apesar do estudo ambiental admitir um "impacto negativo bastante significativo" da nova ponte sobre o Douro, a Metro garante que tudo fará para promover a importância da obra e mitigar impactos.
Bairro de Massarelos
A construção da nova ponte preocupa também moradores do bairro de Massarelos, por onde a travessia passará.
Concurso lançado
Em março de 2021, foi lançado um concurso público internacional de conceção da nova travessia de metro sobre o Douro. No ano seguinte, foi adjudicada ao Laboratório Edgar Cardoso, Arenas e NOARQ.