Construção da linha Rosa sobe 30% e prolongamento da linha Amarela 29%. Ministério do Ambiente diz, em resposta a deputado, que Orçamento do Estado poderá suportar verba.
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Transversal a todos os setores, a inflação também já fez disparar o custo das obras do metro do Porto. Feitas as contas, a fatura subirá 84,2 milhões de euros no conjunto da construção da linha Rosa, entre a Casa da Música e S. Bento, no Porto, e o prolongamento da linha Amarela até Vila d'Este, em Gaia. Ou seja, ao valor de adjudicação do traçado de três quilómetros em túnel no Porto (189 milhões de euros), acrescem 54,5 milhões de euros e ao traçado em Gaia, praticamente com a mesma extensão mas apenas com uma estação subterrânea, adjudicado por 98,9 milhões de euros, somam-se 29,7 milhões de euros. O preço total desta fase de expansão do metro rondará, assim, os 372,1 milhões de euros.
A informação é avançada pelo Ministério do Ambiente em resposta ao deputado do PSD, Firmino Pereira. A tutela recorda "que o contrato celebrado entre a Metro do Porto e o construtor estabelece um mecanismo de revisão de preços de acordo com a fórmula inscrita no referido contrato, existindo acordo entre as partes". Mais acrescenta que os custos decorrentes dessa mesma revisão "podem ser suportados por verbas provenientes do Orçamento do Estado". Isto, "sem prejuízo da alocação de verbas resultantes das disponibilidades financeiras de fundos comunitários", respondeu o Ministério ao JN.
O JN também já questionou a Metro do Porto.
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Em entrevista ao JN em fevereiro, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, tinha já dito que o Governo estava a procurar "dar garantias" de que terá verba "para completar essas obras, sem nenhum tipo de paragem ou disrupção".
"No distrito do Porto, temos 950 milhões de investimento no alargamento da Linha Amarela, na construção da Linha Rosa e na aquisição de material circulante. E já inclui a revisão dos preços", reforçou, à data.
A atualização de preços das obras do metro do Porto representa, assim, uma subida de 30% no custo de construção da linha Rosa e de 29% na linha Amarela. Mas a tutela esclarece que "este aumento de custos deriva da situação excecional nas cadeias de abastecimento resultantes da pandemia de covid-19, da crise global na energia e dos efeitos resultantes da guerra na Ucrânia, que provocaram aumentos significativos dos preços das matérias-primas e da mão-de-obra, com especial relevo no setor da construção", gerando "graves impactos na economia". Foi esse contexto, reforça a tutela, que conduziu à "criação de um regime excecional de atualização de preços".
Acordo com empreiteiro
No Porto, a constante descoberta de vestígios arqueológicos que obrigam a trabalhos suplementares, bem como a escassez de matéria-prima e a complexidade das intervenções para desviar o rio da Vila têm atrasado a construção da linha Rosa do metro. O prazo para a conclusão dilatou, tendo a Metro formalizado um acordo com o empreiteiro para acelerar as obras. O objetivo é concluir o traçado em dezembro de 2024. Prevê-se que a obra de prolongamento da linha Amarela até Santo Ovídio esteja pronta até ao final deste ano.
Recorde-se que a Metro do Porto prevê lançar no próximo dia 17 o concurso público internacional de conceção-construção da linha Rubi, que prevê a construção de uma ponte sobre o Douro.