<p>Dois cemitérios - um de leprosos que remonta a 1490, e outro de escravos - com cerca de 140 esqueletos, foram descobertos em Lagos durante as escavações para a construção de um parque de estacionamento. As descobertas incluem ainda uma lixeira do século XV.</p>
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Além dos cemitérios, foram encontrados vestígios de uma Gafaria (hospital para leprosos), um forno crematório de uma ocupação ainda mais remota, peças de cerâmica e moedas medievais.
Em declarações à agência Lusa, Júlio Barroso, presidente da Câmara de Lagos, sublinhou que os achados arqueológicos, "confirmam as referências documentadas que apontam para o funcionamento de uma Gafaria no período de 1490 até meados do século seguinte".
Num piso inferior ao da Gafaria foi descoberto um forno crematório de uma época mais remota, apresentando o local, vários níveis de ocupação, relativos a períodos históricos diferentes.
Segundo Júlio Barroso, num cemitério foram encontrados cerca de 20 esqueletos com deformações, que "correspondem a sinais muito evidentes de lepra, o que torna Lagos um local de referência para o estudo da doença e para a história da medicina".
"Estas descobertas permitem que estudos sobre a lepra que eram feitos na Dinamarca, possam ser feitos em Lagos", observou.
Júlio Barroso considerou ainda que a descoberta dos 140 esqueletos de escravos africanos "abre um novo campo de conhecimento sobre o estatuto social do escravo, a sua vivência e, em termos gerais, sobre os descobrimentos portugueses".
"As descobertas enriquecem o património arqueológico da cidade, contribuindo para uma melhor compreensão da sociedade de épocas passadas", concluiu.