<p>Os trabalhadores da metalúrgica Oliva querem formação profissional em detrimento do lay-off. Denunciam que os quadros superiores da Oliva, a usufruir dos ordenados mais elevados, não vão ser abrangidos pelo regime de excepção.</p>
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Reunidos em plenário, na tarde de ontem, os trabalhadores defenderam como mais vantajoso o recurso ao plano governamental de apoio à formação profissional, que permite assegurar a quase totalidade dos salários dos trabalhadores, em vez do recurso ao lay-off, que contempla apenas 70 por cento do ordenado. Estes argumentos serão apresentados, na manhã de hoje, à administração da empresa.
Adelino Nunes, do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Aveiro, presente no plenário, explicou que com o recurso à formação profissional é possível "garantir os postos de trabalho até Maio de 2010 e o ordenado por inteiro aos trabalhadores", disse. Explicou que o plano da empresa para o lay-off prevê que 180 funcionários passem a trabalhar apenas cinco dias por mês, durante meio ano. "Não nos parece que seja muito bom para a empresa", referiu.
No plenário, trabalhadores disseram não compreender a razão pela qual 10 quadros técnicos e superiores da empresa, que recebem os ordenados mais elevados, não são abrangidos pelas medidas anunciadas. "Não se compreende que mantenham os quadros superiores na empresa quando esta não tem mão-de-obra na produção", considera Adelino Nunes.
Entre os funcionários, acredita-se que o recurso ao lay-off representará o fim da Oliva. José Marques, elemento da Comissão de Trabalhadores, recorda que a administração da empresa, a cargo do Grupo Suberus, comprometeu-se perante as instâncias judicias, aquando da venda da Oliva, a manter postos de trabalho e regalias pelo período de cinco anos. "O prazo termina em Outubro, o mesmo mês que termina o lay-off". "Depois desse prazo a empresa fica proprietária de todos os bens da Oliva e já não tem compromissos perante o contrato de venda", lembra o José Marques. Este facto é comentado entre os trabalhadores que acreditam ser o motivo pelo qual a empresa continuará a laborar apenas até Novembro.