<p>Os próximos quatro anos de Fernando Melo à frente dos destinos de Valongo prometem ser agitados. "Ganhou a Câmara, mas foi uma vitória de Pirro", diz Maria José Azevedo. O socialista Afonso Lobão diz que não será "bota-abaixista".</p>
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A coligação PSD/CDS-PP liderada por Fernando Melo, que gere os destinos do concelho há 16 anos, elegeu quatro vereadores, contra três do Partido Socialista (PS) e dois da lista "Coragem de Mudar". De igual modo, a coligação ficou em minoria na Assembleia Municipal.
"Fomos a segunda força política, com três eleitos para a Câmara e nove para a Assembleia. A Comissão Política Concelhia do PS irá reflectir sobre os resultados, mas é certo que a população exprimiu um desejo de mudança. Que não se concretizou por razões de todos conhecidas. A população sente-se defraudada pelo facto de as candidaturas independentes terem impedido o PS de ganhar", afirmou Afonso Lobão.
Recusando acordos, o cabeça- -de-lista socialista destacou que se baterá pelo projecto político que apresentou a sufrágio. "Não vamos subscrever uma política de bota-abaixismo. Queremos ser alternativa a Fernando Melo dentro de quatro anos. Apoiaremos as propostas que contribuam para o desenvolvimento económico e social do concelho e para a defesa do movimento associativo. Vamos ser uma Oposição construtiva", sublinhou.
Maria José Azevedo, por seu lado, destacou que irá manter a postura com que encarou o anterior mandato. "Votaremos a favor de tudo o que consideremos bom para o concelho, como sempre fizemos. Respeitaremos o eleitorado, mas agora somos o fiel da balança, pois fazemos maioria com qualquer outra das forças eleitas. Mas estou expectante, pois a enorme dívida de curto prazo da Autarquia vai condicionar este mandato. Isso e o facto de Fernando Melo não estar habituado a dialogar e a governar sem maioria", afirmou.
A vereadora recordou, também, que Fernando Melo "ganhou a Câmara, mas foi uma vitória de Pirro". "Está em minoria na Assembleia Municipal, que é um órgão extremamente importante a quem compete aprovar, por exemplo, documentos cruciais como o Plano e Orçamento e as contas", concluiu.
Não foi possível contactar em tempo útil Fernando Melo, mas recuperamos as suas declarações na noite de domingo passado, quando defendeu que "é perfeitamente possível governar" a Câmara Municipal com "quatro mandatos".