O edifício do Seminário Diocesano de Viana do Castelo transformou-se esta quinta-feira, num grande laboratório de ciência, como todo o tipo de experimentos. Desde tentativas de colocar baterias a funcionar a água e gerar energia pelo movimento de uma bicicleta, a "inventar" uma armação de óculos com beatas de cigarros recicladas ou uma fórmula para a preservação de corais marinhos.
Corpo do artigo
Cerca de um milhar de alunos do pré-escolar ao ensino secundário, oriundos de várias zonas do país, participaram na 11ª edição da Feira de Ciência Hands-on Science, um certame organizado pelo Colégio do Minho em parceria com a rede Internacional Hands-on Science, e apoio de docentes de universidades e da Sociedade Portuguesa de Ótica e Fotónica.
"Nós quisemos reproduzir uma pilha com água salgada. Pesquisamos na Internet e achamos interessante. Depois concluímos que o sal reduzia a tensão e nós queríamos aumentar. Fizemos com água simples e conseguimos 6 volts, mas agora só estamos a conseguir 3 volts. A água já está aqui há algum tempo. Deu errado", comentou José Pimentel, "cientista" em colaboração com o irmão João.
Alunos do Colégio do Minho em Viana do Castelo, filhos de engenheiro, contam que "são incentivados pelo pai" a interessar-se pela ciência."Estamos habituados a ver uma pilha de lítio, que é só uma peça metálica e não entendemos muito bem como funciona. Nós conseguimos demonstrar através desta experiência que dois metais que conhecemos perfeitamente, cobre e alumínio, e água, produzem corrente elétrica", explicou José.
Lutamos muito no colégio pela ciências experimentais, física, química, biologia e inserimos agora também a psicologia, a sociologia
Observando o voltímetro, o irmão mostrou-se desanimado com o cada vez pior desempenho das seis pilhas por eles inventadas e que "associadas formaram uma bateria". "Já vai a menos de um volt. Se calhar temos de trocar a água", comentou.
Ricardo Sousa, diretor do Colégio do Minho, destacou que a feira serviu "para apresentação à comunidade" dos trabalhos desenvolvidos em contexto de aula ao longo do ano. "Lutamos muito no colégio pela ciências experimentais, física, química, biologia e inserimos agora também a psicologia, a sociologia", declarou, adiantando que, este ano, a iniciativa contou com "perto de um milhar de alunos" de escolas locais e de vários pontos do país.
"A escola mais longe que tivemos veio de Leiria. Temos muitas escolas de Braga e do Porto, e todas as de Viana, num público alvo, que vai desde os mais pequeninos aos do secundário", referiu.
Na feira, que inclui um concurso, participaram um total de 56 projetos de alunos de seis escolas. "Há de tudo, biologia, física e química é o que tem mais força, mas também temos trabalhos de psicologia, bastante engraçados", indicou Zita Esteves, professora de Física e Química, no Colégio do Minho.