Como aconteceu na maior parte do país, também em Ovar o domingo nasceu soalheiro. Há relatos de passeios pedonais irregulares na marginal do Furadouro e, mesmo no centro da cidade vareira, também se registou algum movimento acima da média pela manhã.
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Nota-se, porém, que os munícipes têm o cuidado de atravessar a rua quando estão prestes a cruzar-se com os conterrâneos. São pequenos cuidados que não invalidam a obrigação de permanência no domicílio. Segundo o que testemunhou o JN, as pessoas de idade mais avançada, pertencentes ao grupo de maior risco, ainda são as que mais circulam nos espaços públicos.
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Este maior fluxo surge, curiosamente, num dia em que o aumento de número de casos confirmados de coronavírus no concelho de Ovar andou abaixo da média nacional. Motivo de regozijo para o presidente da Câmara Municipal, Salvador Malheiro, que veio acompanhado pelo devido apelo à responsabilidade social.
"Temos neste momento 72 casos confirmados em Ovar. Um aumento de 12,5% relativamente a ontem. Portugal aumentou 25%. Apesar de tudo, estamos a olhar para a frente e, prevendo uma situação complicada nos próximos dias, estamos a trabalhar seriamente no aumento da nossa capacidade para fazer testes e no incremento da resposta hospitalar dentro do nosso território. VAMOS VENCER", escreveu Salvador Malheiro, este domingo, no Facebook, pouco depois de mais uma divulgação dos dados nacionais, através da Direção-Geral de Saúde.
https://www.facebook.com/salvador.malheiro/posts/1379906468886175
A verdade é que a grande maioria da população local cumpre com rigor as regras do despacho publicado em Diário da República nas passadas quarta e quinta-feira, determinadas pelo estado de calamidade pública para o concelho de Ovar e que continuam a sobrepor-se às do estado de emergência que entrou, hoje, em vigor no resto do país. A prova desse cumprimento verifica-se, de certa forma, na escassez de forças policiais no centro da cidade, com exceção dos momentos das rondas periódicas.
Os maiores aglomerados populacionais, apesar de tudo, continuam a verificar-se nas portas de estabelecimentos que vendem bens de primeira necessidade, nomeadamente os supermercados e as farmácias. No que a estes últimos estabelecimentos diz respeito, o facto de só haver uma farmácia de serviço fez com que a fila fosse de alguns metros, prolongada ainda mais por todos estarem a cumprir as distâncias de segurança.
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O comércio, quiosques e papelarias incluídos, segue fechado no centro da cidade e o acesso aos jornais do dia faz-se, por exemplo, através das bombas de gasolina, se bem que o JN também está ao alcance até daqueles que não saem de casa, através do sítio na internet.
A unidade hoteleira mais central da cidade segue de portas fechadas e em algumas varandas domiciliárias já se vão vendo desenhos daquela que se tornou a bandeira de combate à pandemia da Covid-19, os arco-íris acompanhados da certeza de que "vai tudo ficar bem". Também aqui são os mais novos que dão o exemplo.
A semana de trabalho, que arranca esta segunda-feira, promete trazer maior agitação ao concelho de Ovar, sendo que o presidente Salvador Malheiro já avisou que os controlos sanitários serão ainda mais rigorosos, enumerando, depois, as situações em que as entradas serão permitidas.
"Ou é um profissional de saúde, um profissional de saúde, uma força de segurança pública ou de socorro, um fornecedor de uma empresa industrial ou de estabelecimento comercial limitada a funcionar dentro do concelho, ou é um cuidador informal ou então não poderá entrar. As exceções só se poderão concretizar mediante a apresentação de uma certidão assinada pelo Gabinete de Crise da Câmara Municipal de Ovar", explicou em entrevista à rádio AVfm.