O Mercado à Moda Antiga está de regresso, este fim de semana, em Oliveira de Azeméis. O evento que não se realizou nos últimos três anos devido à pandemia deverá permitir um novo fôlego financeiro às associações e presta homenagem às padeiras de Ul.
Corpo do artigo
Este sábado, pelas 11 horas, no Largo da República, recria-se o mercado que há mais de um século se realizava na então antiga Praça dos Vales. Centenas de figurantes, trajando à época, prometem exibir produtos, usos, costumes e ofícios do final do século XI.
"Este evento é muito importante para o meio associativo sustentar o seu plano de atividades e mostrar aquilo que fazem", afirma Francisco Silva, presidente da Federação das Associações do Município de Oliveira de Azeméis (Famoa).
Recorda que durante os três anos de ausência do evento, "a Câmara atribuiu alguns apoios extraordinários ao movimento associativo para a gestão corrente".
Contudo, a pandemia provocou danos no normal funcionamento dessas instituições que, apresentam, ainda, dificuldades em retomar o funcionamento em pleno. "Nesta edição temos 78 associações, mas houve edições anteriores onde estiveram presentes 90 associações. Algumas ainda estão com dificuldade em retomar as atividades", explicou.
Afirma que as tasquinhas, fonte principal de receita, são exclusivas das associações do concelho que as exploram e que dão o seu contributo com as recriações no recinto do evento.
Francisco Silva conclui que o mercado à moda antiga "faz parte de uma estratégia da Famoa de dar a conhecer os usos e costumes e que tem vindo a ganhar expressão" e à qual "a Câmara abraçou e apoia".
Reconhecimento
A presente edição, que se prolonga até ao final da tarde de domingo, terá também como particularidade a homenagem as padeiras de Ul, que este ano veem reconhecido o seu trabalho de décadas.
"Estamos muito gratas pelo reconhecimento que nos é dado pelo trabalho que fazemos e pelos nossos pais que, com tanto sacrifício, nos deixaram este legado", afirmou, ao JN, Lurdes Resende, responsável pela Associação de Produtores de Pão de Ul.
Esta padeira de 69 anos lembra que se trata de uma "vida difícil, que custa muito" e que "os mais novos já não querem esta vida".
Há pouco mais de uma década, eram quase três dezenas. Hoje, restam "cerca de uma dúzia".
O pão de Ul é um autêntico ex libris do concelho, que estará à venda no recinto onde os visitantes poderão contactar, ainda, com artesãos, alguns deles a trabalhar ao vivo, música, animação itinerante, doçaria e gastronomia.
Os jogos tradicionais, oficinas infantis, carrossel artesanal infantil ou uma quintinha com animais, fazem também parte das atividades.
"É importante que se preserve e se garanta a continuidade desta iguaria [pão de Ul], uma imagem de marca de Oliveira de Azeméis", diz o presidente da Câmara, Joaquim Jorge.