Situação em Vila do Conde arrasta-se há mais de dois anos. Autarquia diz que vai colocar novos aparcamentos.
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Com os parcómetros fora de serviço desde a altura da pandemia, estacionar no centro de Vila do Conde torna-se diariamente uma dor de cabeça. Com os lugares ocupados logo às primeiras horas da manhã, os comerciantes queixam-se de que a situação "prejudica imenso" o negócio. Já quem desiste de procurar estacionamento acaba por deixar os carros em segunda fila, criando ainda mais confusão. Entretanto, as máquinas vão apodrecendo...
Contactada pelo JN, fonte da Autarquia confirmou que "os parcómetros instalados no centro de Vila do Conde estão fora de serviço", tendo referido que "neste momento está a ser feito um estudo de trânsito, tendo em vista a construção de novos aparcamentos e regularização do respetivo pavimento, através, naturalmente, de um concurso público".
Rosa Silva, 56 anos, precisava de ir ao Registo Civil "tratar do passaporte", mas já depois de uma segunda volta em redor da Praça Luís de Camões, junto ao tribunal, continuava a não avistar nenhum lugar vago. "Isto está um caos! Já tentei estacionar no parque por trás da Escola dos Correios, que é gratuito, mas está lotado; já dei voltas ao jardim da Avenida Júlio Graça, mas também está cheio, e o que é mais grave é que todos os dias é isto! Então em dias de feira [à sexta-feira] é para esquecer", desabafou, nervosa.
"é uma vergonha"
Rui Braga, 54 anos, com lugares de estacionamento mesmo em frente ao estabelecimento, não vê a hora dos parcómetros voltarem a funcionar. "É uma vergonha que em toda esta rua [Avenida Dr. João Canavarro] não se consiga encontrar um único lugar para estacionar", apontando o dedo "aos trabalhadores dos bancos, escritórios e consultórios médicos que são os primeiros a chegar e só os desocupam por volta das 18.30 horas".
"Não é preciso grandes estudos. O que é preciso é porem os parcómetros a funcionar"
O comerciante não tem dúvidas de que se tivesse estacionamento vago à porta, "as vendas aumentariam cerca de 30%", dando conta que até o lugar de cargas e descargas "é ocupado o dia inteiro". "Se a Câmara tem intenção de ajudar os comerciantes, é voltar a colocar os parcómetros a funcionar". "Só falta às pessoas trazer o carro para dentro do trabalho", criticou.
Rui sugeriu ainda que "se a Câmara não precisa do dinheiro do parque gratuito que fica por trás da Escola dos Correios, que o dê à exploração a instituições da cidade como os Bombeiros, o Clube Fluvial Vilacondense e o Ginásio Clube de Vila do Conde".
Alexandre Silva, 44 anos, confirma que os parcómetros desligados "prejudicam imenso" o comércio local, lamentando que a situação já dure "há tanto tempo". "É um desespero arranjar um lugar. Demorei 20 minutos para encontrar um", queixou-se.
"O estacionamento está sempre à pinha e isto origina que os clientes não venham ao comércio local"
Também Carlos Nogueira, 63 anos, é da opinião que "prejudica e de que maneira" a cidade estar sem parcómetros.
Detalhes
276 lugares
O ano passado, a Câmara de Vila do Conde disse ao JN que tinha 276 lugares com parcómetros, admitindo vir a ter mais.
Proprietária
O Município é a entidade proprietária e exploradora dos parcómetros na cidade. Funcionavam nos dias úteis, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 9 às 13 horas. A tarifa era de 45 cêntimos à hora, com um valor mínimo de cinco cêntimos (seis minutos) e o máximo de um euro.