Projeto foi reformulado e Direção-Geral de Geologia diz que fica condicionado a um estudo de impacto ambiental.
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Em março de 2021, foi tornada pública a requisição da Beralt Tin and Wolfram (Portugal), da celebração de um contrato administrativo para atribuição direta de concessão de exploração de depósitos minerais de ouro, prata, cobre, chumbo, zinco, estanho, tungsténio e minerais associados, numa zona denominada "Banjas", em Gondomar, Paredes e Penafiel, com cerca de 1185 hectares.
O processo, confirma a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEC), foi entretanto reformulado e abrange apenas as freguesias de Sobreira e Aguiar de Sousa, em Paredes, numa área de 4,92 quilómetros quadrados. Quer a Câmara de Paredes quer a Parque das Serras do Porto deram parecer desfavorável à exploração.
A DGEC esclarece que o processo "encontra-se em tramitação instrutória procedimental", não tendo ainda sido "celebrado o contrato". No seguimento da consulta pública e dos pareceres dos municípios, "a empresa requerente da concessão reformulou a área do pedido", tendo sido reduzida, diz a mesma entidade. A empresa está a "a analisar a situação de modo a procurar ir ao encontro das questões que estão a ser objeto de discordância pelo município de Paredes", acrescenta.
Mesmo que seja celebrado o contrato, a empresa terá de apresentar, antes de iniciar a exploração, uma avaliação de impacto ambiental. Só aí será "determinada ou não a possibilidade de realizar o projeto alvo da concessão, já que a Declaração de Impacto Ambiental é vinculativa", diz a DGEC.
Apesar da reformulação, Paredes e a Associação Parque das Serras do Porto mantêm os pareceres desfavoráveis. Apontam que nesta Paisagem Protegida Regional, com um "relevante passado geológico" e "vestígios arqueológicos de extrema relevância" da época Romana, há um "vasto património a preservar".
Além disso, destacam o trabalho feito no sentido de valorizar as serras, exemplo dos percursos pedestres, e os impactos visuais e ecológicos que uma exploração iria causar, nomeadamente com a previsão de mais de 60 hectares para deposição de resíduos decorrentes da exploração. A Câmara diz que o resumo do plano de lavra mantém incompatibilidades com o Plano Diretor Municipal, é omisso quanto à localização de uma ETAR e não apresenta plano de gestão de resíduos".