<p>O Parque Eólico de Sicó, Pombal, que representa um investimento de 27 milhões de euros, demorou seis anos a construir. Belmiro de Azevedo diz que é tempo a mais e lembra que o país precisa de investimentos.</p>
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O empresário admite que seis anos "é muito tempo, é uma vida longa" para que os projectos sejam concretizados, e admite que desta forma "o país não vai para a frente". O patrão da Sonae que ontem assistiu à inauguração do Parque Eólico, admite ser "preciso dar o tempo necessário para que quem tiver de se pronunciar, se pronuncie".
Belmiro de Azevedo lembra que o Governo "também tem de se pronunciar em tempo útil e não tem de atrasar os prazos de decisão" e admite que "os únicos que normalmente têm interesse em andar depressa são os empresários". E a estes, Belmiro diz para continuarem a ser "persistentes" e admite ser "um resistente".
A demora na concretização deste parque foi também realçada por Brandão Pinto, presidente do conselho de administração dos Empreendimentos Eólicos da Serra de Sicó. "Se o projecto tivesse sido concretizado em três anos como estava previsto, a energia produzida neste parque teria evitado o envio de mais de 60 mil toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera", frisou o responsável, revelando que este parque eólico foi "quase inviabilizado".
Narciso Mota, presidente da Câmara de Pombal também salientou os atrasos da obra, e lembrou que "os projectos de interesse nacional têm de ser mais apoiados". Afirmando que "não têm sido criteriosos os investimentos em Portugal", o autarca afirmou que "qualquer investimento público tem de ter em conta os desígnios nacionais".
Orgulhoso da obra ontem inaugurada, Narciso Mota diz que este parque "é uma mais valia para todos" por se tratar "de uma energia limpa". "Tem repercussões no desenvolvimento integrado do concelho", uma vez que as freguesias de Pombal, Redinha, Abiúl, Vila Cã e Pelariga "recebem desde 2004 as respectivas contrapartidas financeiras que ascendem a 380 m il euros", sustentou.
O Parque Eólico de Sicó é constituído por 10 aerogeradores, cada um com uma potência de dois mil megawatts. Deverá produzir por ano cerca de 50 milhões de kwh, o que corresponde a cerca de 75% do consumo doméstico de electricidade do concelho.
A construção foi acompanhada de perto por um arqueólogo e um geólogo, e foram tomadas medidas tendentes a minorar impactos ambientais na flora e na fauna. Após a obra foi realizada a recuperação paisagística das áreas intervencionadas.