Equipamento com 2,8 hectares nasceu no "terreno mais apetecível" do concelho, fruto de um investimento de sete milhões de euros. Concerto de Rui Massena marca a inauguração.
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Foi com "um grande sentido de responsabilidade" que o arquiteto Paulo Merlini abraçou o projeto do Parque Urbano de S. Cosme, em Gondomar, concelho de onde é natural. "Mais do que desenvolver só um pedaço de terra ou fazer alguma coisa de aprazível, queria mesmo que fosse uma peça que pelo design e pela arquitetura tentasse elevar a autoestima do gondomarense", confessou.
O espaço com 28 mil m2, onde foram plantados mais de 800 árvores e arbustos, e que se pretende "um polo dinamizador", abre na segunda-feira, feriado municipal. No fim da procissão de Nossa Senhora do Rosário e dos santos padroeiros S. Cosme e S. Damião, o parque é inaugurado com um concerto de Rui Massena.
Além do parque infantil e de uma zona para os idosos jogarem às cartas, a mancha verde no centro de Gondomar tem um ginásio ao ar livre, um parque para cães, um auditório, um lago, um café e um restaurante.
No fundo, será "um espaço para atrair várias gerações, e que funcione a qualquer hora do dia", resumiu o arquiteto, detalhando que junto à Avenida Oliveira Martins houve "o cuidado de não fazer um grande investimento", porque será uma "faixa que vai ser desmontada aquando da passagem do metro". Já o arco junto à rotunda do monumento ao ourives serve para "marcar a entrada e dar uma cara à cidade", contou Merlini. "Daqui a 20, 30, 40 anos, vou passar aqui e sentir que fizemos parte deste pedaço de cidade", referiu.
"Entrada digna"
O presidente da Câmara, Marco Martins, não esconde a emoção quando o olhar sobrevoa o parque, atento a cada detalhe, a poucos dias da abertura. "Urbanisticamente, este era o terreno mais apetecível do concelho, mas depois de tudo [incluindo expropriações que acabaram em tribunal] sinto que valeu a pena e a cidade passa a ter uma entrada digna e ganhou um espaço de fruição", referiu, contabilizando que, "feitas as revisões de preços e com o valor do terreno incluído, a obra ascendeu aos sete milhões de euros".
Para Paulo Merlini, o "desafio" foi projetar um parque pela primeira vez, contando com a parceria dos arquitetos paisagistas P4. "Foram fundamentais na equação, porque nos ajudaram bastante". E explicou: "Quando desenhamos um edifício desenhamos objetos, já um parque é desenhar um espaço vazio. Da mesma forma que, quando terminamos uma obra de arquitetura, ela está na sua fase adulta. Já um parque é uma criança, só daqui a uns anos é que vamos vê-lo adulto, até lá vai florescendo e ganhando força".
"Estou confiante" no negócio
A experiência profissional de Luís Damásio, dono de três confeitarias em Gondomar, dá-lhe a calma com que assiste à montagem do Café do Lago, no Parque Urbano de S. Cosme. Tal como em maio, quando se deu a hasta pública do espaço, o empresário tem as "melhores expectativas" para o negócio e nem a renda de 2100 euros mensais o assusta. "Estou confiante", disse ao JN, dando conta que o espaço terá 30 mesas. À semana, "fechará à meia-noite e ao fim de semana estará aberto até às duas da manhã".
