Um incêndio deflagrou, esta quarta-feira de madrugada, numa zona de armazenamento de plástico no exterior da empresa Jaime Dias, em Guidões, no concelho da Trofa, no Porto. Três pessoas - dois bombeiros e um funcionário da firma - tiveram de ser assistidos por exaustão.
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O alerta para o incêndio no exterior da empresa Metais Jaime Dias, que trabalha com sucata e reciclagem de resíduos, foi dado às 2.56 horas, segundo o Comando Sub-Regional da Área Metropolitana do Porto.
Desconhecem-se as causas do incêndio, que deflagrou numa área onde estavam armazenados vários fardos de plásticos, numa altura em que a empresa não estava a laborar.
No local, o cenário é "muito complicado" devido à enorme quantidade de material combustível, o que está a causar dificuldades aos bombeiros no combate ao incêndio. Ainda não há previsões para que o fogo possa ser dado como extinto e, ao início da tarde, as operações continuam a decorrer. Desde as 6 horas que os bombeiros tentam dispersar o material, de forma a arrefecê-lo e combater focos de incêndio.
Ao JN, Rui Ferreira, adjunto do Comando dos Bombeiros Voluntários da Trofa, explicou que as chamas deflagraram numa área onde estavam armazenadas "cerca de duas mil toneladas de plástico em fardos", o que dificultou muito o combate ao incêndio, já que, além da grande quantidade de material, este estava compactado. Destinava-se a reciclagem.
"O combate é bastante difícil, uma vez que é tanto material e liberta muita energia", refere o operacional, indicando que as duas mil toneladas de plástico se estendiam por uma área de perto de 500 metros quadrados e tinham uma altura de cerca de cinco metros.
As longas horas de combate levaram a que três pessoas tivessem de ser assistidas por exaustão: dois bombeiros, com cerca de 20 anos, seguiram para o Hospital de Famalicão e um funcionário da empresa que ajudava com maquinaria da Jaime Dias nas operações está a ser assistido numa ambulância dos Bombeiros da Trofa. Foi transportado ao hospital um bombeiro da Trofa e uma bombeira da corporação de Freamunde.
Uma das preocupações dos bombeiros foi proteger as instalações edificadas da empresa, disse ao JN Rui Ferreira, explicando que o fogo "esteve sempre condicionado" à área de armazenamento de plásticos. Com as operações a estenderem-se desde a madrugada, levantou-se outra "grande dificuldade, que é a necessidade de água". Além de poderem contar com "um milhão e 200 mil litros de água da firma", os bombeiros tiveram a ajuda de agricultores locais. "Contamos com as cisternas de lavradores vizinhos, que nos dão um grande apoio, porque conseguem abastecer muito rapidamente nos ribeiros e nos poços deles", agradece o adjunto do Comando dos Bombeiros da Trofa.
Ao início da tarde, estavam mobilizados no local perto de 50 operacionais e 25 viaturas de cerca de 15 corporações do distrito e de fora do distrito, indicou o operacional.
"O rescaldo ainda vai demorar, uma vez que o material [plástico] é bastante inflamável. Não há feridos, mas um bombeiro teve de ser assistido por exaustão", indicou a fonte do Comando Sub-Regional da Área Metropolitana do Porto ao início da manhã.
Segundo o JN apurou, a empresa dispõe de vigilante noturno, que se terá apercebido do incêndio quando este ganhava já proporções significativas.
No local estavam, às 09 horas, mais de uma dezena de carros para apoiar os 55 homens das corporações da Trofa, Póvoa de Varzim, Leixões, Moreira da Maia, Tirsenses, Vila do Conde, Matosinhos-Leça, Ermesinde, Pedrouços, Famalicenses, Freamunde, Paços de Ferreira e Famalicão.
Como se trata de um área de grandes dimensões, o fogo está a consumir uma zona de plásticos, mas a fábrica continua a laborar, estando o incêndio controlado.