A população da freguesia de Santa Margarida, em Constância, está a preparar acções públicas de "protesto" pelo encerramento da travessia, que liga Constância sul à Praia do Ribatejo.
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O fecho da travessia, desde quarta-feira, motivado por falhas de segurança detectadas numa inspecção realizada pela Rede Ferroviária Nacional (Refer), cria "constrangimentos sérios" aos cerca de quatro mil utilizadores diários daquela infraestrutura.
As alternativas mais próximas, as travessias em Chamusca e Abrantes, implicam um acréscimo na deslocação de entre 40 a 50 quilómetros.
Os cerca de 300 habitantes que estiveram hoje, quinta-feira, reunidos para debater os efeitos do encerramento da ponte rodoviária sobre o rio Tejo, expressaram a sua "revolta e indignação" pelo "momento dramático" que dizem viver, tendo afirmado que o relatório da Refer, "por ter sido feito com base em instrumentos de medição de estruturas ferroviárias, não tem credibilidade".
Responsáveis autárquicos, educativos e das forças de protecção civil estiveram também presentes na reunião, tendo o comandante dos Bombeiros de Constância afirmado que a Refer, "com a decisão que tomou, deixou a população isolada e desprotegida" ao nível da prestação de socorro de emergência médica, de protecção civil, combate a incêndios e até de acesso à própria GNR, que tem o seu quartel também no lado norte, na sede de concelho.
A população afirmou-se "pronta" para manifestações públicas de protesto tendo sido aprovada a ideia de "responder" à posição da Refer "na mesma moeda". "Se a ponte é da Refer e a Refer nos impede de circular no tabuleiro rodoviário, então nós vamos impedir que eles circulem e utilizem a ponte ferroviária", defendem os populares.
O presidente da junta de freguesia de Santa Margarida, em declarações à Lusa, afirmou que a população "está mesmo revoltada", tendo admitido ser "difícil" que o presidente da Câmara, Máximo Ferreira, "segure as pessoas até uma decisão favorável de reabertura".
O presidente da Câmara de Constância, Máximo Ferreira , já disse "entender" a revolta da população de uma freguesia que ocupa 2/3 do território concelhio, que tem mais de 1800 habitantes, e que "está completamente desprotegida".
Máximo Ferreira, apesar de entender as queixas da população, deita água na fervura para tentar acalmar os ânimos. "É uma situação dramática para esta gente mas já pedi alguma paciência e um compasso de espera antes de fazerem o que quer que seja porque ainda acredito que podemos resolver o problema de forma pacífica", afirmou.